A babá Ângela Cristina Souza, 36 anos, suspeita de cometer abuso sexual e maus-tratos contra um bebê de apenas sete meses, em Cruz de Rebouças, no município de Igarassu, foi ouvida, nesta segunda-feira (26/4), pela delegada da Gerência de Proteção à Criança e ao Adolescente (GPCA), Mariana Vilasboas. À polícia, Ângela negou as agressões e justificou que estava apenas brincando com a criança. Sobre o fato de ter manipulado o pênis do bebê, a babá explicou que estava ;passando pomada para evitar fimose;.
Segundo a polícia, Ângela aparentava tranquilidade, apesar de ter sido flagrada por uma câmera escondida na casa dos pais do menino na hora em que agredia e bulinava o bebê. ;Aquilo era brincadeira. Jamais faria aquilo com uma criança. Já cuidei de outras e as mães nunca reclamaram. Também tenho sobrinhos e nunca faria isso com eles;, argumentou a babá.
[SAIBAMAIS]À delegada Mariana Vilasboas, Ângela contou que acompanhava a mãe do menino às consultas ao pediatra. Numa delas, o médico teria receitado uma pomada e exercícios no pênis do menino a fim de evitar fimose. A mãe da criança, que não será identificada para preservar o menor, confirmou que a babá estava nas consultas, mas disse não a ter autorizado a medicar o menino.
A babá conta que a mãe não comprou a pomada indicada pelo pediatra e que passou apenas pomada para assadura no bebê, ainda assim por três dias. Depois, ela mesma estaria passando o remédio e aproveitando para fazer os exercícios indicados pelo médico. Foi quando teria percebido ferimentos no pênis do bebê e avisado aos pais da criança. A partir daí, o pai começou a desconfiar da empregada e resolveu instalar a câmera para fazer o flagrante.
A delegada informou que, por enquanto, não há indícios que justifiquem a prisão preventiva da babá Ângela Cristina Souza. De acordo com a delegada, a babá chegou espontaneamente à especializada, no bairro do Benfica, acompanhada pela sogra, pela cunhada e por dois advogados. Ângela disse que vai insistir em provar sua inocência.
A delegada acrescentou que a babá também não será presa de imediato uma vez que a família procurou a polícia no sábado e o fato aconteceu na quinta-feira passada, expirando o prazo do flagrante. Além da suspeita, também depôs a polícia hoje a sogra de Ângela, que não teve o nome revelado. Na próxima quarta-feira a delegada deve ouvir dois vizinhos da família.
O pai do bebê, supervisor comercial de 38 anos, assistiu ao vídeo de mais de quatro horas junto com os delegados e a imprensa. Na gravação, realizada durante a tarde da última quinta-feira, a babá aparece molhando o rosto do bebê e dando alguns tapas, enquanto o pai da criança está em casa, mas em outro cômodo. As imagens mais chocantes mostram Ângela Cristina, no momento em que fica sozinha com o bebê, arremessando-o no sofá e manipulando seu pênis.
O pai informou que o médico que fez o exame no Instituto de Medicina legal (IML) disse que a estimulação feita pela suspeita teria acelerado o descolamento do pênis dele. A babá pode responder por estupro e tortura. No primeiro caso, a pena prevista é de 8 a 15 anos de reclusão e o segundo crime pode variar de 2 a 8 anos.
Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR, com informações da repórter Marcionila Teixeira