postado em 27/04/2010 17:20
Servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em vários estados do país estão se mobilizando na organização de uma greve nacional. Em Goiás, os servidores já paralisaram as atividades. No Distrito Federal e em Rondônia, as superintendências regionais do órgão estarão paradas por tempo indeterminado a partir de quinta-feira (29), assim como a sede nacional do Incra em Brasília. Na Bahia, os servidores ficam em greve somente hoje (27) e em outros estados, como São Paulo e Mato Grosso, eles se reúnem ainda esta semana para votar pela paralisação.Os trabalhadores reivindicam aumento de salário, equiparação salarial entre os analistas em reforma e desenvolvimento agrário e os agrônomos, que recebem 30% a mais, além da contratação de novos servidores. Segundo o presidente da Confederação Nacional das Associações de Servidores do Incra (Cnasi), José Vaz Parente, o déficit de trabalhadores é grande. ;Há dez anos o Incra atendia pouco mais de 300 famílias assentadas com 7 mil servidores. Hoje temos 1 milhão de famílias e 6,2 mil funcionários.;
No momento, está aberto o edital de um concurso a ser realizado em junho para contratar 550 servidores. Para Parente, mesmo com as novas contratações, o número de trabalhadores deve continuar diminuindo rapidamente, por causa das aposentadorias e demissões. ;O Incra tem um dos menores salários comparado aos de outras autarquias federais. Com essa remuneração não tem como manter os servidores, sobretudo os mais qualificados.;
Segundo o avalia o presidente da Cnasi, essa redução no quadro de trabalhadores dificultaria o avanço da reforma agrária. ;A grande maioria dos programas de habitação não funciona porque não há capacidade operacional e administrativa.;
De acordo com ele, existe uma proposta encaminhada pela presidência do Incra ao Ministério do Planejamento pedindo aumento e equiparação de salários. Para discutir a questão, foi marcada uma reunião no dia de 5 maio. ;Muitas reuniões já foram desmarcadas e a paralisação mostra que estamos dispostos a lutar e forçar o Ministério para que agora a negociação realmente aconteça;, defende a presidente da Associação dos Servidores do Incra na Bahia, Francilda Lima.
Nos estados que aderirem à mobilização, ficam parados todos os serviços do Incra, como assentamento de famílias, regularização fundiária, emissão do certificado de imóveis rurais, assistência técnica e regularização de áreas quilombolas.