Rio de Janeiro - O Batalhão de Operação Especiais (Bope) ocupa a comunidade do Borel, na Tijuca, zona norte da cidade, desde o início da manhã desta quarta-feira (28), preparando o local para a instalação da oitava Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no município do Rio de Janeiro.
Além da favela do Borel, os policiais estão em pontos estratégicos para evitar a fuga de suspeitos de tráfico de drogas em mais três comunidades da região: Casa Branca, Morro da Formiga e Morro do Cruz. Cerca de 150 homens integram a operação, que deve se estender pelos próximos dias.
Os agentes já estudam o local onde será instalada a sede da UPP que, segundo o coordenador das unidades, coronel José Vieira de Carvalho, será chefiada pelo capitão Bruno Amaral.
;O Bope faz uma avaliação preliminar e dará o sinal verde para que entremos gradativamente. Eles vão saindo paulatinamente e nós vamos nos integrando à comunidade;, afirmou o coronel.
Quando for instalada oficialmente, a UPP contará com policiais recém-formados capacitados em direitos humanos e cidadania. Além da presença dos agentes, o policiamento também deve contar com câmeras, seguindo o modelo das demais unidades.
;Não estamos preocupados com a vida privada das pessoas;, explicou o coronel. ;A câmera verifica quem chega, quem é estranho e qualquer tipo de movimento suspeito. Não tem nada de Big Brother [programa de TV], estamos só potencializando nossa presença.;
O clima no Borel estava tranquilo durante a ocupação, que não provocou resistência. Por indicação dos moradores, foram presas três pessoas e apreendidos 300 papelotes de cocaína. Como a operação foi anunciada pelo governo, o Bope avalia que os criminosos já tinham deixado a região.
De acordo com o subcomandante do batalhão, René Alonso, é possível que traficantes tenham migrado para outras regiões dominadas pela mesma facção. ;Sabemos que vai ter uma migração do problema [da criminalidade]. Isso é fato sabido, não vamos esconder;, reconheceu.
Durante a ocupação, os policiais apagaram pichações da facção que controlava o tráfico no local, o Comando Vermelho, e se instalaram em um trailer, no alto do morro, com visão privilegiada para o principal acesso à favela.