Rio de Janeiro - Os potenciais e os problemas turísticos das 92 cidades do Estado do Rio de Janeiro foram diagnosticados e retratados no Caderno de Turismo, lançado hoje (28) pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado. Segundo a Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio/RJ) o turismo representa mais de 18% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. No caso do Rio, que de acordo com o IBGE possui o segundo maior PIB do país, essa relação significaria algo em torno de R$ 49 bilhões ao ano, tendo como base os dados de 2006.
A publicação coordenada pela Fecomércio/RJ, pela Assembléia Legislativa do Rio (ALERJ) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) mapeia a realidade do setor no estado com o objetivo de indicar alternativas de políticas públicas. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, é hoje a segunda do país na recepção de turistas nacionais e a primeira na recepção de turistas estrangeiros.
O professor Gláucio Marafon, diretor do Instituto de Geografia da UERJ, lembra que o Rio de Janeiro conta com grande diversidade de atrações turísticas que vão além do ;sol e da praia; tão conhecidos pela maioria das pessoas. ;Nós temos o turismo de serra, o turismo histórico, religioso e cultural. Temos várias possibilidades dentro do Rio de Janeiro para congregar circuitos para que o turista, quando vier ao Rio, possa desdobrar sua visita em várias áreas;, sugeriu Marafon. Ele lamenta que o turismo ainda esteja tão concentrado na região metropolitana ou em poucos municípios, como Cabo Frio e Búzios.
O primeiro secretário da Fecomércio, Natan Schiper, reforça que é preciso mais investimentos para desenvolver o turismo em todo o estado. Segundo ele, ;o turismo é uma atividade que não requer grandes investimentos em maquinário, mas em formação de mão-de-obra, agentes de turismo e observação dos aspectos culturais e educacionais. É muito baixo o investimento para que a gente possa ter um retorno muito bom;.
Mas nem tudo é unanimidade. O diretor da Associação Brasileiras da Indústria de Hotéis, Gerard Bourgeaiseau, lembra que ;a região de Paraty (litoral sul) é diferente da região de Búzios (litoral norte); Visconde de Mauá é diferente de Petrópolis (municípios na Serra da Mantiqueira). Cada região tem sua especifidade, sua personalidade e um tipo diferente de turismo e de turista. Tudo isso tem que ser equacionado. O básico agora é a assembléia do Rio votar verbas significativas.;
O turismo hoje conta com 0,01% do orçamento do estado, aproximadamente R$ 47 milhões. O presidente da Comissão de Turismo da Alerj, deputado João Pedro Figueira (DEM), disse que vem trabalhando para garantir pelo menos 1% dos recursos orçamentários para o turismo, o que, segundo ele, ainda seria muito pouco. ;Tirando o petróleo, o turismo é a vocação do nosso estado e é preciso que as autoridades tenham isso bem claro na definição de suas políticas. Esse Caderno [de Turismo] é uma analise básica para que surjam iniciativas que levem à qualificação de mão de obra, incentivos na reconstrução de estradas vicinais importantes, ecoturismo, turismo na parte litorânea do nosso estado. O turismo tem vínculo com 54 atividades econômicas;, defendeu Figueira.