Brasil

Resultados de avaliações educacionais na AL nem sempre são divulgados

postado em 29/04/2010 10:50
Foz do Iguaçu (PR)- Se no Brasil o resultado das principais avaliações educacionais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), são amplamente divulgados, em outros países da América Latina a dinâmica é diferente. É o caso da Argentina, onde o governo de cada província decide se quer tornar públicos os resultados das suas avaliações. %u201COs resultados não chegam às escolas por razões políticas. Na Argentina, a responsabilidade de divulgar os resultados é dos governos provinciais e não do Ministério da Educação. E muitos governadores tinham medo desses resultados%u201D, explicou o coordenador de avaliação do Ministério da Educação argentino, Jorge Fasce. Representantes dos ministérios de 12 países latino-americanos e jornalistas estão reunidos em Foz do Iguaçu (PR) para discutir a integração educacional na região. Segundo Fasce, as escolas que recebem os resultados das avaliações têm um efeito positivo imediato. %u201CSó por conhecer seu resultado, já havia melhora porque se elas iam mal sabiam que tinham que fazer alguma coisa, trabalhavam com os professores as razões para aquele resultado%u201D, explicou. A secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda, acredita que a criação do Ideb em 2005 também teve impacto semelhante nas redes educacionais brasileiras. %u201COs prefeitos ficam ansiosos e nos perguntam quando o Ideb será divulgado. Essa expectativa é importante porque as pessoas começaram a se mobilizar%u201D, acredita. O Ideb é um indicador que avalia a aprendizagem dos alunos atribuindo uma nota para escolas, municípios e estados. Ele é calculado com base na nota da Prova Brasil e das taxas de aprovação. Para cada escola e rede de ensino foram estabelecidas metas que devem ser alcançadas a cada dois anos. O próximo Ideb, referente a 2009, deve ser divulgado em junho. Pilar ressaltou que as avaliações não %u201Ctêm sentido%u201D se não alterar a prática em sala de aula. Mas, segundo ela, muitas escolas ainda não se apropriam dos resultados dos exames e indicadores apurados. Na maioria dos países latino-americanos, segundo relatos do encontro, não existe um sistema nacional organizado de avaliações educacionais como no Brasil. Tanto Fasce quanto Pilar e o ex-presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, que também participou do debate, criticaram a prática de classificação de escolas. Segundo eles, as escolas com baixos resultados acabam estigmatizadas, o que afeta a autoestima de alunos, professores e equipe.

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