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BH: Três empresários estavam na mira de bando da degola, diz polícia

Estado de Minas
postado em 29/04/2010 11:15
A quadrilha da degola, acusada de extorquir empresários de Belo Horizonte e de decapitar pelo menos duas vítimas, planejava atacar três comerciantes que atuam no ramo de computadores portáteis. O trio, identificado apenas como Leonardo, Márcio e Cristian, era o próximo alvo do perigoso grupo liderado pelo estudante de direito Frederico Costa Flores, de 31 anos, preso no último dia 11, depois de um comparsa denunciar as barbáries cometidas pelo universitário contra os empresários Rayder Rodrigues, de 38 anos, e Fabiano Moura, de 36. Os corpos dos dois foram encontrados num matagal em Nova Lima, sem a cabeça e os dedos das mãos ; os membros das vítimas ainda não foram localizados. Entenda o caso.

Mas isso não será obstáculo para que a delegada Elenice Batista, responsável pelo caso, conclua o inquérito até o início da próxima semana. O duplo homicídio já levou oito pessoas para trás das grades. Além de Frederico, uma médica, um pastor, dois cabos da PM, um garçon, um universitário e um advogado estão sob a custódia da Polícia Civil. O último a ser detido foi o bacharel Luís Astolfo Sales Bueno, formado numa faculdade de Sete Lagoas, em 1997, e que pretendia montar uma ONG para trabalhar com presos sentenciados.

Ele advogou para o mentor da quadrilha e conhecia as duas vítimas decapitadas. O bacharel entregou-se à polícia, na noite de terça-feira, depois de ser considerado foragido da Justiça. Já na manhã de quarta-feira, prestou depoimento à delegada Elenice Batista, que conduz o inquérito. O suspeito revelou que se encontrou com Frederico num centro comercial da Avenida Bandeirantes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, um dia depois de Rayder e Fabiano serem brutalmente assassinados.

Dois fatos importantes ocorreram naquele encontro: o mentor da quadrilha ;presenteou; o advogado com um Citroen C3, que era de uma das vítimas, e pediu informações sobre três pessoas. Justamente Leonardo, Márcio e Cristian. Este último, segundo um agente que trabalha no caso, foi sócio de Rayder. O depoimento do bacharel atendeu as expectativas da delegada: ;Em princípio, não vou ouvir mais ninguém. Vou concluir o inquérito nos próximos dias. Aguardo o resultado de alguns exames;.

Mas a conclusão do inquérito não encerra os trabalhos da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual, pois as brutais mortes podem ser apenas uma parte de um esquema maior de extorsão. Tanto que, segundo outro policial que trabalha no caso, os comparsas de Frederico temem ser vítimas de uma possível queima de arquivo. Ainda assim, advogados de alguns suspeitos já impetraram o pedido para que as prisões de seus clientes sejam relaxadas pelo juiz sumariante Maurício Torres Soares, que atua no 2; Tribunal do Júri.

Habeas corpus

Na quarta-feira, porém, o magistrado indeferiu os pedidos referentes a Frederico e a um dos militares. Em seu despacho, o meritíssimo justificou a necessidade de a dupla continuar atrás das grades para a ;apuração cuidadosa dos fatos-objeto do inquérito;. O magistrado enfatizou ainda que o fato de os réus serem primários e terem residência fixa não lhes garante a liberdade provisória, ;se há outras que recomendam sua segregação preventiva;. Ainda nesta semana, o juiz deve analisar os pedidos dos outros suspeitos.

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