Estado de Minas
postado em 30/04/2010 10:30
A 635 quilômetros de Belo Horizonte, no Vale do Jequitinhonha, e com 10,6 mil habitantes, Itinga foi eleita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva um dos símbolos do programa Fome Zero, substituído pelo Programa Bolsa-Família. Mesmo assim, foi o último colocado entre os 853 municípios de Minas no Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), divulgado quinta-feira pela Fundação João Pinheiro.As dificuldades para o acesso à saúde e a falta de emprego e renda são os principais problemas do município. Também são verificadas carências de segurança pública e finanças municipais. A situação de Itinga não difere muito das condições de outras cidades do Vale do Jequitinhonha, que ocupam as piores posições no ranking elaborado pela FJP. Quando lançou o programa Fome Zero no município, em janeiro de 2003, logo depois de sua posse, o presidente Lula declarou que uma de suas prioridades seria o investimento na melhoria das condições de regiões pobres como o Jequitinhonha.
Em saúde, Itinga apresenta o índice 852. A cidade conta com cinco postos de saúde, uma policlínica e dois médicos. Em caso de internação, os doentes são levados de ambulância para outros municípios. A falta de emprego é considerada o maior problema do município. Mineradoras fazem a extração de pedras de granito em Itinga, mas tem poucos postos de trabalho, já que transportam as pedras brutas para beneficiamento em outras cidades.
O prefeito de Itinga, Charles Azevedo (PT), o Charlão, reconhece os entraves enfrentados pelo município devido à pobreza, mas disse que, nos últimos anos, muita coisa melhorou na cidade por conta dos investimentos públicos, sobretudo nas áreas de educação e saneamento básico. "A gente até se assusta quando recebe uma notícia dessa. Temos que olhar isso direito", disse Azevedo, sobre a posição do município no IMRS.
"Temos aqui o programa Vida no Vale (do Governo do Estado), que está proporcionando um grande investimento em saneamento básico. Em breve, 100% dos domicílios de Itinga terão água e esgoto", relatou, lembrando que, nos últimos anos, foram construídas cinco escolas-núcleo e inaugurado um conjunto com 57 moradias.