Brasil

Coordenador do comitê local diz que SP vai lutar pela abertura da Copa, mas não a qualquer custo

postado em 04/05/2010 09:27
O coordenador do Comitê Paulista da Copa 2014 e presidente da SPTuris, Caio Luiz de Carvalho, afirma que São Paulo vai continuar lutando pela abertura do mundial, mas não a qualquer custo. Para ele, a Copa é uma grande conquista para o Brasil.

;Não iremos cometer loucuras. São Paulo tem suas credenciais. Recebe 75% dos voos internacionais que chegam ao Brasil, é de onde são distribuídos 70% dos voos para o país, tem a maior e melhor rede hoteleira da América do Sul e é o centro econômico nacional, onde o investidor quer estar presente;, destaca.

;Nossos esforços serão direcionados à cidade. É hora de arregaçar as mangas e agir, mas com transparência e, acima de tudo, juízo;, acrescenta Carvalho, que é ex-presidente do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur) e ex-ministro do Esporte e Turismo.

A importância do evento para o país, segundo ele, é indiscutível. ;Em 2006, na Alemanha, 27 bilhões de pessoas acompanharam [os jogos] pela TV e 3 milhões estiveram nos estádios. Em 2014, os jogos deverão ser assistidos por 40 bilhões de espectadores, são esperados 600 mil visitantes e o turismo deve crescer 20% após o mundial.;

Segundo ele, o momento é de agir com responsabilidade. ;Até agora vimos belos projetos, mas maquetes não se transformam necessariamente em tijolos. Todos têm de fazer sua lição de casa.;

O coordenador do Comitê Paulista da Copa 2014 também chama a atenção para a necessidade de se investir o dinheiro público de maneira adequada. ;Não podemos novamente escancarar a torneira da verba pública para obras superfaturadas e subaproveitadas. Precisamos pensar no amanhã e é um erro seguir modelos. Como lembrou o presidente da Fifa [Federação Internacional de Futebol], Joseph Blatter, não dá para comparar a Copa no Brasil com a da África ou da Alemanha, pois cada evento é único. Estamos em um país continental e a equação a resolver é complicada.;

Na avaliação de Carvalho, argumentos como o de que a capital paulista precisa de outro estádio ;são irresponsáveis;. ;Os altos custos e a manutenção de um novo equipamento pós-2014 em uma cidade que já tem estádios públicos e privados subutilizados torna essa ideia insensata.;

Ele afirma que a prefeitura e o governo estadual executam obras de R$ 33 bilhões que contemplam o maior desafio da metrópole, a mobilidade urbana. Essas medidas, previstas até 2020, tiveram apenas seu cronograma ajustado a 2014. Entre elas estão a conclusão do Rodoanel e de novas linhas de Metrô (como a que chegará ao Morumbi) e a entrega de novas frotas de trens. O comitê local espera deixar um importante legado para a população.

;É claro que o estádio é importante. Por isso o São Paulo FC [Futebol Clube] assumiu a reforma do Morumbi, e os investimentos públicos serão direcionados para o município. Em 2007, o clube assinou os acordos com a Fifa, agilizou a prospecção de parcerias e vai sim adequar a estrutura do Morumbi;, completa Carvalho.

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