postado em 06/05/2010 09:40
Começou nesta quarta-feira (5/5) o julgamento de dois de 16 detentos acusados de participar da morte de 27 presos em janeiro de 2002 na Penitenciária Urso Branco, em Porto Velho (RO). O Tribunal de Justiça de Rondônia colheu os depoimentos de Michel Alves das Chagas, o Chimalé, que já cumpre pena por assalto e homicídio, e de Anselmo Garcia de Almeida, o Fininho. Ambos negaram participação nos crimes.Por quase duas horas, Chimalé falou sobre sua vida e o cotidiano na cadeia nos dias que antecederam a barbárie. O réu também afirmou que, na data do episódio, ele estava internado por ter sido baleado anteriormente e, portanto, não poderia ter cometido os homicídios, nem chefiado a ação que resultou nas mortes.
Todos os réus estavam presos na mesma unidade prisional que as vítimas na época da chacina. Segundo as investigações, as mortes foram motivadas por uma briga entre grupos rivais dentro da unidade. Os laudos do Instituto Médico Legal (IML) concluíram que os detentos foram mortos com golpes nas costas, desferidos por armas artesanais. Alguns corpos apresentavam mutilações.
A chacina em Urso Branco, como o caso ficou conhecido, rendeu ao Brasil uma representação na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os trabalhos serão retomados hoje e, até o fim do mês, todos os 16 acusados devem ser julgados. Caso condenados, a pena de cada um pode ultrapassar os 300 anos.
O número
300 anos
Pena que cada acusado pode receber pela morte de 27 detentos