Justiça adia julgamento dos réus no caso do assassinato do índio Guarani-Kaiowá Marcos Veron

postado em 07/05/2010 17:02

A juíza federal Paula Mantovani Avelino, da 1; Vara Federal Criminal, adiou para 21 de fevereiro de 2011 o julgamento dos três acusados de matar o cacique Guarani-Kaiowá Marcos Veron. A nova data foi determinada devido ;a impossibilidade orçamentária da Justiça Federal em São Paulo em arcar com as despesas de um novo júri ainda neste ano;. O julgamento foi suspenso na última terça-feira (4) depois que o responsável pela acusação, o procurador Vladimir Aras, decidiu se afastar o caso.

A sessão teve início na última segunda-feira (3) e foi suspensa no dia seguinte. O procurador se retirou como forma de protesto por ter sido negada a solicitação para que as testemunhas indígenas fossem ouvidas por meio de um tradutor. Para a juíza, o procurador ;abandonou a sessão sem estar amparado em qualquer motivo razoável;. Ela informou que irá responsabilizá-lo pelos gastos tidos com o cancelamento, avaliados como ;altíssimos;. O valor ainda está sendo calculado, mas segundo levantamento preliminar, já alcança cerca de R$ 30 mil.

Os réus citados no processo ; Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde ; não compareceram alegando falta de recursos financeiros para arcar com as despesas da viagem entre Mato Grosso do Sul e São Paulo.

O crime ocorreu em janeiro de 2003, na cidade de Juti, Mato Grosso do Sul. Funcionários da Fazenda Brasília do Sul atacaram índios que ocupavam o local e Veron foi morto durante a ação. A pedido do Ministério Público Federal (MPF), o julgamento foi transferido para São Paulo. Na avaliação do MPF, os acusados poderiam exercer algum tipo de influência caso a ação corresse no estado onde ocorreu o crime.