Segundo Cirção, logo após a tentativa de fuga, um grupo de 45 detentos, inclusive ele, foi isolado dos demais numa área próxima à administração do presídio. Ele afirmou ainda que o grupo chegou a ser agredido pelos policiais. ;Fomos colocados agachados no chão em duas carreiras e fomos espancados pelos policias militares;, disse durante o interrogatório. Por sua vez, Carioca disse que estava isolado juntamente com Cirção e outros presos no momento em que aconteceram as mortes.
O julgamento continua amanhã (11), com os debates entre a defesa e a acusação. Até o fim deste mês os demais 11 acusados também serão julgados. Na última quinta-feira (6), os primeiros dois réus a irem a julgamento foram considerados culpados. Michel Alves das Chagas e Anselmo Garcia de Almeida foram condenados a 486 anos e 445 anos de prisão respectivamente.
A chacina ocorreu em 2002 durante uma das rebeliões mais sangrentas da história do país, quando 27 presos foram mortos. O caso é considerado o maior assassinato coletivo de presos do país depois do Massacre do Carandiru em 1992, em São Paulo. No Carandiru, uma invasão policial para acabar com uma rebelião causou a morte de 111 detentos.
As mortes no Presídio Urso Branco ganharam repercussão internacional pela brutalidade, que envolveu até decapitação, choque elétrico e enforcamento.