postado em 11/05/2010 11:37
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) dará nesta terça-feira o primeiro passo para a abertura de um inquérito que investigará o caso dos garotos que marcavam lutas em Florianópolis e exibiam as agressões pela internet.
O promotor de Justiça da Infância e Juventude, Thiago Carriço de Oliveira, solicitará à Delegacia de Infância e Juventude a identificação das pessoas envolvidas na organização da comunidade virtual conhecida como Luta do Lixo.
De acordo com a assessoria de imprensa do MPSC, os principais alvos da investigação são as pessoas responsáveis pelas filmagens, que foram retiradas do Youtube na sexta-feira, e o rapaz de 17 anos que cedia a casa para os pequenos lutadores, no bairro Ratones, na região Norte da Ilha.
Os donos da casa não querem dar entrevista. De acordo com o advogado deles, Cláudio Gastão da Rosa Filho, a família está muito assustada. No local foi improvisado um ringue com cordas e sacos de pancadas.
%u2014 Eles nunca viram ninguém sair machucado dali e não sabiam o que estava acontecendo. O terreno é muito grande e a parte onde aconteciam as lutas ficava longe da casa %u2014 explica o advogado.
Nas imagens, o rapaz de 17 anos aparece no papel de juiz das lutas. É ele também quem orienta os garotos nos intervalos.
%u2014 Os meninos pediam para vir aqui. Geralmente tinham alguma rixa, algum acerto para fazer, desde a namorada não gostar do sujeito %u2014 disse o rapaz.
Os estudantes envolvidos nas disputas têm idades entre 11 e 17 anos. Eles são de famílias de classes média alta e frequentam colégios particulares na capital catarinense.
As lutas, que muitas vezes terminavam com ferimentos e sangramentos, começaram há dois meses. Elas só terminavam quando um dos garotos desistia ou era nocauteado. Em algumas cenas, valia de tudo, até estrangulamentos.
Os garotos podem responder por atos infracionais de lesão corporal, e os pais, multados entre três e 20 salários mínimos.