postado em 11/05/2010 16:02
Um parceria entre o Ministério da Saúde, o governo do estado e municípios pretende diminuir a quantidade de mortes infantis no Rio Grande do Norte. É o Pacto pela Redução das Desigualdades, assinado ontem (10) pelo governador Iberê Ferreira de Souza e prefeitos dos nove cidades (Natal, Mossoró, Parnamirim, Caicó, Ceará-Mirim, Currais Novos Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Pau dos Ferros) que concentram 50% dos óbitos.O plano foi montado em vários eixos: qualificar o pré-natal; capacitar os servidores da saúde; criar uma gestão de informação sobre registro de mortes e nascimento mais eficiente; melhorar a vigilância dos óbitos infantis, cadastrando e investigando as causas da morte; mobilizar a população e realizar pesquisas na área.
Entre os anos de 2000 e 2007, o RN registrou a morte de 7.526 crianças menores de um ano.
O governador anunciou um investimento de R$ 11 milhões prioritariamente nos nove municípios para tentar tirar o Rio Grande do Norte do sexto lugar no ranking de mortalidade infantil do Nordeste. " Esse dinheiro é a contrapartida do governo do estado do pacto com o governo federal", explicou Iberê Ferreira. Segundo os dados do Ministério da Saúde, serão investidos ainda pela União R$ 7,1 milhões em 31 Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), 16 leitos de Unidades e Terapia Intensiva (UTI) e nove leitos Unidades de Cuidados Intermediários (UCI) Neonatal.
"Existem maternidades com cadeado nas portas", declarou Iberê. Ele acredita que a melhoria nos índices pode surgir do incentivo a reabertura de algumas unidades que estão fechadas. Para o governador, a atual realidade estadual não permite a construção de novos hospitais, é preciso investir no que já existe. " De 65% a 95% da situações podem ser resolvidas com medidas simples", completou o chefe do executivo.
Além de acrescentar negativamente na mortalidade infantil, a ambulancioterapia é apontada por alguns gestores como responsável por uma visão errônea dos dados divulgados. Conforme o Ministério da Saúde, Natal (2.058 óbitos), Mossoró (716), Parnamirim (354) lideram o ranking estadual.
Porém, para o secretário adjunto de Saúde de Parnamirim, Henrique Eduardo Costa, a quantidade partos da Maternidade Divino Amor, em sua maioria, é de outros municípios. Os oitenta leitos e o pacto com 12 cidades colaboram - fora as pacientes que chegam e não são do pacto - para a procura intensa da unidade, deixando uma média de 450 partos mensalmente. Tem gente de Pau dos Ferros que chega sem documentação, sem ter feito o pré-natal e quando acontece o óbito é aqui", explicou.
Erros
Para a secretária-adjunta de Atenção à Saúde de Natal, Ilza Carla, a saída para a capital diminuir os números está em pactuar corretamente com os municípios da grande Natal e estruturar melhor as maternidades. "Deveriam ser enviadas somente as pacientes de alto risco, mas isso não acontece", informou. A secretária de Saúde de Mossoró, Jacqueline Amaral, não atendeu as ligações da reportagem do Diário de Natal.
Entre 2000 e 2007, 443.946 crianças menores de um ano de idade morreram no Brasil. No Nordeste, foram 144.003 e na Amazônia Legal (incluindo o Maranhão), 76.916. Nas duas regiões, o número de óbitos somou 220.919 ou quase 50% do total nacional.
Números
Ranking de mortes de
crianças abaixo de 1 ano no RN
1. Natal: 2.058
2. Mossoró: 716
3. Parnamirim: 354
4. Caicó: 170
5. Ceará-Mirim: 151
Mudanças anunciadas
l Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf): passam de 3 para 34 núcleos
l Leitos de UTI: 29 para 45
l Leitos de UCI: de 27 para 35