A prefeitura disse não ter conhecimento, nem responsabilidade sobre as roupas encontradas no aterro municipal, mas deve abrir sindicância para apontar o responsável pela ação e descobrir a origem das vestimentas.
De acordo com o secretário de Assistência Social, Adriano José da Silva, que coordena campanhas de distribuição de agasalho para pessoas pobres, será aberto ainda esta semana uma processo interno para apurar quem pode ter jogado fora as roupas e os calçados.
Em uma área onde é destinado o lixo recolhido na cidade foram encontradas pelo menos duas montanhas de uma mistura de entulho, calças, moletons, camisetas e sapatos. Algumas peças ainda estavam com as etiquetas de compra.
De acordo com um aposentado que mora próximo ao local, que prefere não ser identificado, a carga teria sido levada para o lixão na semana passada em dois caminhões. Ao saber do caso, o promotor de Justiça Paulo Cirne disse que vai abrir ainda hoje um inquérito público civil para apurar os responsáveis.
"Vamos fazer isso para ver se houve improbidade administrativa na destinação inadequada dessas roupas, que deveriam ter um outro destino", disse o promotor.
Para a coordenadora da Leão XII, tradicional entidade beneficente que atende cerca de 3 mil crianças carentes na cidade, Julmara Castilhos, o caso merece atenção e é um desrespeito à sociedade.
"Se for verdade, é uma pena. Todas estas campanhas passam por um longo planejamento. Tentamos envolver todo mundo. Com tanta gente necessitando, é lamentável", aponta Julmara.