Estado de Minas
postado em 11/05/2010 21:13
Preso nesta terça-feira em Justinópolis, distrito de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o manÃaco Arquimedes de Abreu Filho, de 50 anos, suspeito de estuprar dentistas na capital, prestou depoimento à polÃcia durante a tarde. De forma articulada, apesar da aparência de quem tem dormido pouco, Arquimedes tinha resposta para as perguntas, menos uma: "Por que dentistas?" E a resposta invariável: "Não sei", seguida de um profundo silêncio. Ele confirma que ia pessoalmente aos consultórios e marcava as consultas para outro horário. Era quando roubava e atacava as mulheres.
[SAIBAMAIS]Também, ele não admite relação entre os estupros de que é acusado e a falha de dois dentes incisivos laterais da arcada superior, que ele diz ter perdido depois de um tratamento de canal, quando cumpria pena em UnaÃ. Os primeiros dentes que perdeu, laterais, foi em um acidente de automóvel aos 17 anos, antes de iniciar sua carreira de crimes que, segundo diz, começou aos 19 anos, com furtos. O próprio manÃaco faz uma relação entre os primeiros crimes e o uso de drogas, como maconha e cocaÃna, ainda morando em Lavras, no Sul de Minas. "Eu me arrependo do dia que pus cigarro de maconha na boca, com 19 anos".
Arquimedes diz, também, que a medicina é que pode explicar o seu comportamento. "Só quero dizer que não sei o que se passa comigo. Vocês acham que eu queria estar nessa vida?" Ele não nega nem confirma os estupros de que é acusado. "O que fiz vou confessar", garante. Depois, afirma que sua intenção inicial era sempre roubar. "Sou de fazer meu furto e ir embora. Queria só o dinheiro, não achava..." Ele diz, também, que não costuma usar armas em suas ações. "Usava só a força, mais nada".
O manÃaco diz que é viúvo e que tem um filho, de 22 anos, que mora em Lavras. Chora pedindo que "deixem meu filho fora disso". Trajando calça jeans, sapato marrom e camiseta com a inscrição "boulevard 74", Arquimedes revela que aparava a barba no banheiro da rodoviária de Belo Horizonte, para manter a boa aparência e não levantar suspeitas. "Eu fico na rua. Tem três dias que não durmo, nem como", afirma.
Na hora da prisão, Arquimedes fez menção de sacar um revólver, quando foi abordado pelo soldado André. "Eu fingi que estava armado. Ele podia ter acabado comigo ali, naquela hora. Eu queria que ele me matasse". Segundo o manÃaco, ele ficou perturbado quando viu as reportagens que revelavam sua identidade. "Fiquei acuado". Com a prisão, Arquimedes sentiu que chegou ao fim da linha. "Estou aliviado. A pressão é demais".
Confira a reportagem da TV Alterosa