postado em 13/05/2010 10:30
É mesmo Juraci Oliveira da Silva, o Jura, - o mais procurado traficante do Rio Grande do Sul - o bandido preso ontem em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. A confirmação foi dada a Zero Hora por policiais civis da 20; Delegacia da Polícia Civil de Porto Alegre, que estiveram este ano no Paraguai, atrás de informações sobre Jura.A titular daquela delegacia, delegada Vivian Nascimento, pretende embarcar ainda hoje para o Paraguai, em companhia de agentes da Polícia Federal. Ela tem mandados de captura contra o foragido gaúcho e tentará acelerar a extradição de Jura.
O traficante foi preso na localidade paraguaia de Bella Vista-Norte, no Departamento de Amambay, fronteiriço com o Mato Grosso do Sul. A captura foi feita por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai.
O homem reconhecido como Jura usava três identidades brasileiras: Arnaldo Moreira de Macedo, Ronaldo Alves de Silva e Ronaldo Alves dos Santos. Ele foi pego em companhia de outro suposto foragido do Brasil, Carlos Villalba dos Santos.
O Senad afirma que os dois integram um cartel de drogas montado na fronteira paraguaio-brasileira pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), a mais forte facção criminosa de São Paulo, hoje espalhada por outros Estados brasileiros.
É antiga, aliás, a suspeita de que Jura é um dos representantes, no Rio Grande do Sul, do PCC. Arnaldo (ou Jura, como dizem os policiais gaúchos) deve ser embarcado em vôo comercial desde Ponta Porã (Mato Grosso do Sul) para Porto Alegre, ainda hoje.
Conforme informações do site paraguaio capitanbado.com, especializado em notícias criminais, Arnaldo responde a processo por porte de documentos falsos e lavagem de dinheiro no Paraguai, mas tinha permissão judicial para permanecer em liberdade.
O processo é presidido pelo juiz penal Rubén Riquelme, que pretende ordenar a extradição do brasileiro. Jura é o chefe do tráfico no Campo da Tuca, vila da Zona Leste de Porto Alegre. Atua também, segundo a PF, como atacadista na importação de drogas desde o Paraguai, onde estaria refugiado desde o início do ano passado.
Jura está condenado por homicídio, foragido e também denunciado por intermediar o assassinato do médico gaúcho Marco Antônio Becker, morto em dezembro de 2008. Conforme o Ministério Público, Jura teria ordenado a membros da sua quadrilha que executassem Becker, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremers).
O crime teria sido cometido a pedido de um médico desafeto da vítima, Bayard Fisher, que foi cassado pelo Cremers. Bayard está preso preventivamente e responde pelo homicídio.