Brasil

Polícia Civil gaúcha contribuiu para a prisão de traficante no Paraguai

Agentes estiveram no país vizinho atrás de informações sobre Jura

postado em 13/05/2010 13:52
O delegado José Antônio Dornelles, da superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, já enviou por e-mail para a sede do Serviço Nacional Anti Drogas (Senad) em Assunção (Paraguai) os mandados de captura do traficante gaúcho Juraci de Oliveira, o Jura.

Anexadas, foram fotos do criminoso, que estava foragido e foi preso ontem no departamento paraguaio de Amambay, fronteira com Mato Grosso do Sul, no Brasil. Jura foi reconhecido por agentes da PF que acompanharam a prisão no Paraguai.

Esses policiais o identificaram a partir de fotos que tinham sido fornecidas por agentes da 20; Delegacia de Polícia Civil de Porto Alegre (20; DP), que estiveram em março na fronteira Brasil-Paraguai, atrás de Jura.

Eles tinham a informação de que o traficante gaúcho estava escondido lá, em companhia de um filho pequeno. No Paraguai Jura estava usando o nome de Carlos Sergio Villarba dos Santos, supostamente nascido em Ponta Porã (MS) - seria uma identidade falsa.

Prisão em território paraguaio


O mais procurado traficante do Rio Grande do Sul, Juraci Oliveira da Silva, o Jura, foi preso ontem em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. A titular da 20;DP, delegada Vivian Nascimento, pretende embarcar ainda hoje para o Paraguai, em companhia de agentes da Polícia Federal. Ela tem mandados de captura contra o foragido gaúcho e tentará acelerar a extradição de Jura.

O traficante foi preso na localidade paraguaia de Bella Vista-Norte, no Departamento de Amambay, fronteiriço com o Mato Grosso do Sul. A captura foi feita por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai.

O Senad afirma que os dois integram um cartel de drogas montado na fronteira paraguaio-brasileira pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), a mais forte facção criminosa de São Paulo, hoje espalhada por outros Estados brasileiros.

É antiga, aliás, a suspeita de que Jura é um dos representantes, no Rio Grande do Sul, do PCC. Arnaldo (ou Jura, como dizem os policiais gaúchos) deve ser embarcado em vôo comercial desde Ponta Porã (Mato Grosso do Sul) para Porto Alegre, ainda hoje.

Conforme informações do site paraguaio capitanbado.com, especializado em notícias criminais, Arnaldo responde a processo por porte de documentos falsos e lavagem de dinheiro no Paraguai, mas tinha permissão judicial para permanecer em liberdade.

O processo é presidido pelo juiz penal Rubén Riquelme, que pretende ordenar a extradição do brasileiro. Jura é o chefe do tráfico no Campo da Tuca, vila da Zona Leste de Porto Alegre. Atua também, segundo a PF, como atacadista na importação de drogas desde o Paraguai, onde estaria refugiado desde o início do ano passado.

Jura está condenado por homicídio, foragido e também denunciado por intermediar o assassinato do médico gaúcho Marco Antônio Becker, morto em dezembro de 2008. Conforme o Ministério Público, Jura teria ordenado a membros da sua quadrilha que executassem Becker, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremers).

O crime teria sido cometido a pedido de um médico desafeto da vítima, Bayard Fisher, que foi cassado pelo Cremers. Bayard está preso preventivamente e responde pelo homicídio.

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