postado em 14/05/2010 08:50
Uma investigação iniciada no ano passado pela Secretaria de Segurança e Defesa Social e pelo Ministério Público da Paraíba mostrou que o tráfico boliviano começou a agir também no agreste nordestino, sem o uso de intermediários. Em uma ação conjunta das polícias Civil, Federal, Militar e Rodoviária Federal, foram presas 44 pessoas, sendo que 15 delas comandavam a compra e a venda de cocaína de dentro de presídios paraibanos. As quadrilhas armazenavam o entorpecente em Sapé (PB), de onde era distribuído para Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. As negociações eram realizadas por meio de telefones celulares. A organização criminosa usava planos corporativos para falar gratuitamente entre seus integrantes. A base da quadrilha era Sapé, uma cidade localizada entre Campina Grande e a capital, João Pessoa.;Apesar de presos, os traficantes gerenciavam as bocas de fumo por telefone;, afirma o promotor Otávio Paulo Neto, coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba. Segundo ele, não havia apenas um grupo, mas várias organizações que se uniam para fazer o tráfico de cocaína sem usar intermediários. ;Eles adquiriam a droga em Rondônia e mandavam para Sapé, onde ficava armazenada;, explica o promotor.
A investigação feita pela Polícia Civil descobriu que as quadrilhas usavam celulares com planos especiais de ligações gratuitas utilizados por empresas. Para isso, contavam com a ajuda de vendedores de uma loja de aparelhos, que forneciam os chips. ;O maior problema é que, muitas vezes, as operadoras não ajudam a combater esse tipo de crime e não cadastram os compradores, como manda uma lei federal;, observa Otávio Paulo Neto.