postado em 18/05/2010 11:34
Brasília - A fiscalização do Ministério do Trabalho para combater a exploração de mão de obra análoga à escravidão tem diminuído as denúncias em estados onde a situação era considerada crítica, como o Pará, e o problema está aparecendo com mais frequência em outras regiões. A avaliação é do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que esta semana recebe a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre formas contemporâneas de escravidão, a advogada armênia Gulnara Shahinian.A comissária ficará dez dias no país, mas o roteiro não incluiu nenhum município do Pará, campeão de citações na chamada lista suja do trabalho escravo, nem estados com grande número de registros, como Goiás e Mato Grosso do Sul.
;Fizemos uma ação forte nessas regiões onde tínhamos maior número de registros. No ano passado, tivemos muitos casos no interior do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, por exemplo. Há um redirecionamento, porque a fiscalização começou a dar certo em algumas regiões;, disse Lupi hoje (17) após participar do programa de rádio Bom Dia, Ministro.
Segundo ele, apesar do grande número de trabalhadores que ainda são submetidos à situação análoga à escravidão no país, o Brasil registrou avanços nos últimos anos no combate a esse tipo de crime. ;No geral, nossa avaliação é positiva, o problema diminuiu. Antes o Brasil era denunciado porque não fazia nada, hoje o país é referência. A ONU está vindo aqui ver como agimos;, disse.
Em 2009, 3.769 pessoas foram resgatadas em condições análogas à escravidão pela fiscalização do Ministério do Trabalho. Este ano, até o início de maio, pelo menos 653 pessoas foram libertadas.