postado em 21/05/2010 09:07
Um total de 170 mil toneladas de resíduos urbanos são despejados por dia nas grandes cidades brasileiras, e apenas 149 mil acabam coletados diariamente. A informação foi dada ontem pelo diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Roberto Vieira, durante seminário sobre resíduos sólidos, com base no levantamento de 2008.De acordo com os estudos da Abrelpe, são gastos por mês R$ 8,93 por habitante, em média, na destinação dos lixos sólidos urbanos. Dos materiais coletados, aproximadamente 54,8% têm uma destinação adequada, e o restante vai para lixões e aterros controlados, que não contemplam os requisitos ambientais necessários.
;Os desafios em resíduos urbanos crescem a cada dia, aumenta o volume em relação ao crescimento populacional e os modelos de consumo da sociedade. Há também maior quantidade de materiais descartáveis, estamos num tempo em que os produtos colocados no mercado têm menos durabilidade, como é o caso da informática e da telefonia;, explicou Vieira.
A composição cada vez mais complexa do lixo é outro fator preocupante, segundo a Abrelpe, devido a combinações químicas novas que não se sabe o que podem gerar. A destinação final do lixo no Rio de Janeiro, por exemplo, está acima de sua capacidade, como é o caso do aterro sanitário de Gramacho, na Baixada Fluminense, o que leva à procura de novos espaços cada vez mais distantes ; um novo lixão será implantado em Seropédica.
Vieira abordou ainda o Projeto de Lei do Plano Nacional para Resíduos Sólidos (PNRS), aprovado pela Câmara dos Deputados e que está tramitando no Senado. A expectativa é de que ele seja votado e aprovado no fim deste mês e sancionado pelo presidente Lula em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.
;A política vai ser um importante avanço num país de dimensão continental, com diferenças regionais. Mas não adianta melhorar a destinação dos resíduos se continuarmos a gerar cada vez mais lixo. A reciclagem, por exemplo, não vai resolver o problema, mas soluções conjugadas num sistema de ações integradas vai. O PNRS tem de ser atemporal e contemplar todas as alternativas, sem espaço para paixões, mitos e ideologias;, resumiu Vieira.