postado em 21/05/2010 14:58
Francisco Beltrão (PR) ; No terceiro dia da 9; Jornada de Agroecologia, campesinos, estudantes e representantes de organizações sociais de vários estados e da América Latina participam hoje (21) de 44 oficinas e três seminários para trocar experiências relacionadas ao tema. O encontro reúne cerca de 3 mil participantes em Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná. Eles defendem um novo modelo de agricultura com a construção de um projeto popular para o campo.Segundo Diego Moreira, um dos coordenadores da jornada, esses encontros são importantes para a construção de ações na área de agroecologia no Brasil. ;Representam avanços também das práticas de agroecologia para os movimentos sociais;, disse Moreira, filho de assentados de Florestópolis (PR). De acordo com ele, esses avanços estão sendo comprovados nas oficinas e seminários.
Para a advogada da Terra de Direitos, Larissa Packer, a agroecologia é a única alternativa para evitar a escassez de alimentos no mundo. Ela explicou em detalhes aos agricultores ;como são as práticas de exploração feitas por grandes empresas do agronegócio;.
José Maria Tardin, da coordenação da Escola Latino-Americana de Agroecologia, falou sobre como é possível organizar um projeto popular soberano para a agricultura. "Ora nos vemos como pequenos agricultores, atingidos por barragens, ora como sem-terra, como povos indígenas. Somos uma diversidade que cada vez mais implica a exigência de uma percepção de um sujeito coletivo mais amplo", defende.
Larissa Packer disse aos participantes que as sementes vendidas pelas multinacionais hoje são resultado de um acúmulo de conhecimento de séculos, e que a propriedade intelectual nada mais faz do que se apropriar de tecnologias do próprio agricultor.
No final da tarde de hoje, está prevista a conferência do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile.