O Ministério da Saúde brasileiro, ao lado de outros ministros da América do Sul, Índia e África, defende que a OMS se dedique exclusivamente à falsificação, que pode afetar tanto medicamentos de marca quanto genéricos.
;Não como a indústria tenta fazer, misturando direito de propriedade intelectual, patentes e falsificação. Esse grupo composto apenas pelos países-membros da OMS, onde não há participação externa, poderá se debruçar sobre esse problema a nível mundial e sugerir medidas práticas que garantam genéricos de qualidade, acessíveis a todos os países do mundo;, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Os genéricos vinham sendo apreendidos na Europa em função da confusão em debates na OMS, que até agora misturavam discussões sobre marcas e patentes com a questão de falsificações (medicamentos produzidos sem obediência às regras sanitárias).
O primeiro passo brasileiro foi dado em 2008, a Organização Mundial do Comércio (OMC). No período, um genérico que tinha como o destino o Brasil foi apreendido no posto de Roterdã, na Holanda. Índia e Brasil levantaram o questionamento, apresentando um contencioso na OMC.
Na opinião do Ministério da Saúde, a iniciativa, agora política, na Organização Mundial de Saúde, pode sinalizar um período de tranquilidade para o mercado de genéricos brasileiros.
;O mercado de genéricos cresce no mundo inteiro. No Brasil não é diferente. Vinte por cento do mercado brasileiro já é de genéricos e o mercado tem muito para crescer ainda. Nos Estados Unidos, 40% do mercado é de genéricos. Na Inglaterra, 60%. E todos sabemos que nos próximos anos inúmeras patentes vão cair, o que vai abrir a possibilidade de colocar novos genéricos no mercado. Foi uma vitória da saúde e da diplomacia brasileira em Genebra;, comemorou Temporão.