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Assembleia à tarde pode encerrar greve de professores em Minas

Estado de Minas
postado em 25/05/2010 09:32
Nesta terça-feira (25/5), professores da rede estadual vão decidir se põem um ponto final à paralisação que já dura 48 dias ou enfrentam até mesmo a liminar expedida na noite de sexta-feira pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) autorizando o Estado a contratar professores para substituir os grevistas. Eles vão se reunir em assembleia, às 14h, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de BH.

Para dar continuidade às negociações, na segunda-feira à noite, representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute), que lidera o movimento, reuniram-se com a secretária de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena. No encontro, o governo aceitou algumas das reivindicações apresentadas, como uma tramitação mais rápida do projeto de incorporação de vantagens ao salário, e garantiu que não haverá punições para os grevistas. Também ficou acordado o pagamento dos salários dos dias parados tão logo seja apresentado o calendário de reposição. Pais e alunos torcem pelo retorno dos professores ao trabalho, interrompido dia 8 de abril, e o fim da paralisação que, desde 4 de maio, foi considerada ilegal pela Justiça.

Segundo a coordenadora geral do Sind-Ute, Beatriz Cerqueira, o sindicato adotou a posição de que não são decisões judiciais que vão pôr fim à greve. Por enquanto, o governo do estado não cogita a demissão de professores, apenas a substituição deles. A sentença do desembargador também não fala de demissões ou exonerações, mas processos administrativos podem acarretar na perda de cargo público.

Beatriz ressalta que a liminar será um dos pontos presentes na pauta. Os professores mostraram-se resistentes até mesmo às sentenças que mexem nos cofres do Sind-Ute. No dia 4, o TJ estipulou multa diária de R$ 10 mil caso os docentes não abandonassem o movimento grevista. Quinta-feira, o desembargador Alvim Soares aumentou o valor para R$ 30 mil por dia, limitado a R$ 900 mil, e determinou o bloqueio da conta bancária da entidade.

Na segunda-feira, o governador Antonio Anastasia afirmou esperar avanços na negociação e a retomada do ano letivo. "A greve foi declarada ilegal e agora houve a autorização para novas contratações. Essas decisões vão acabar permitindo que as negociações avancem de maneira mais rápida", disse.

A reivindicação dos professores é de um piso de R$ 1.321 para uma carga horária de 24 horas semanais. O governo insiste que o aumento de 10% concedido em maio à classe, elevando o piso remuneratório de R$ 850 para R$ 935 é o máximo possível, de acordo com a Lei Federal de Responsabilidade Fiscal (LRF). Mesmo assim, uma comissão foi criada pelo estado, com coordenação da SEE, para examinar e aperfeiçoar o plano de carreira e a remuneração dos profissionais da educação básica.

Longe da sala de aula há mais de um mês, o adolescente Jackson Barbosa da Silva, de 14 anos, aluno da 7; série da Escola Estadual Caio Nelson, no Bairro Caiçara, na Região Noroeste, está contando os dias para voltar à escola. ;Está muito ruim, há tempos não temos aula. Acho que agora vou ter que me esforçar bastante para passar de ano, vamos ter que estudar no sábado e perder muitos dias de férias ano que vem. Nem imagino como será para repor as aulas;, afirma ele, esperançoso para que esta terça-feira seja seu último dia em casa. ;Disseram lá na escola que quarta-feira deve ter aula;, diz.

Para o pai dele, Lourival Barbosa de Sousa, de 47, o fim da greve significará tranquilidade. ;Fico muito preocupado de ele não estar estudando. Está difícil ver o filho dentro de casa, à tôa;, desabafa.

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