Estado de Minas
postado em 26/05/2010 12:13
O motorista de um caminhão que trabalhava numa mineradora de extração de ouro em Acuruí, distrito de Itabirito, Região Central de Minas, está desde segunda-feira desaparecido na barragem de contenção de rejeitos tóxicos da empresa, que é do tamanho de uma estádio de futebol e com 15 metros de profundidade. Policiais do Corpo de Bombeiros de Ouro Preto foram acionados, mas não podem fazer nada, por não haver condições técnicas de mergulho.A vítima, José Socorro Aparecido dos Santos, de 36 anos, já é dado como morto. De acordo com o Capitão Marcelo Leite de Paula, da 3; Companhia de Bombeiros de Ouro Preto, não há como esvaziar o local, pois o fundo da barragem é todo impermeabilizado e o rejeito não pode ter contato com o solo e atingir o lençol freático, sob risco de causar um dano ambiental irreparável.
O local abriga cerca de 300 mil metros cúbicos de rejeitos tóxicos. "O corpo da vítima deve estar no fundo, enterrado na lama, e não há como boiar. Não temos como fazer o mergulho pois é uma mistura de água e lama. O produto jogado na barragem, cianeto de sódio, é altamente tóxico. Mergulhar seria arriscar a vida de um bombeiro para salvar uma pessoa que já está morta", disse o capitão.
O acidente foi no início da tarde de segunda-feira e os bombeiros de Ouro Preto foram acionados às 13h. Segundo informações do capitão, funcionários da empresa elevavam o nível da represa, usando máquinas pesadas, quando a vítima, que transportava terra em um caminhão, perdeu o controle da direção do seu veículo e caiu na lama. "Testemunhas disseram que ele ainda conseguiu sair do caminhão e que jogaram uma corda para ele, mas ele não conseguiu alcançá-la e afundou junto com o veículo", disse o bombeiro, que compara ao local a um mar de areia movediça e estuda novas técnicas e táticas para retirar o corpo.