;Belo Monte equivale a menos do que é desmatado diariamente na Amazônia. Nos últimos anos, em média, todo dia são pelo menos 500 quilômetros quadrados a menos de florestas. É uma dimensão muito próxima ao que está previsto em termos de área a ser alagada por essa hidrelétrica, que garantirá boa parte da energia a ser consumida no país;, disse o professor. Camargo integrou a Câmara de Gestão da Crise durante o racionamento de energia em 2001.
O engenheiro elétrico disse estar mais preocupado com os estragos que serão provocadas pelas pessoas que serão atraídas para a região por causa da usina.
Outro assunto abordado por ele foi o uso de energia solar proveniente de painéis pelo Brasil. ;É um equívoco encher o país de painéis de energia solar. Esse tipo de energia só é indicado para as comunidades isoladas do país. Apenas discursos vazios e sem dados defendem isso;, argumentou.
;Nem a energia solar nem a eólica são a solução para o Brasil. Primeiro por serem sazonais, ficando interrompidas em períodos do ano. Precisamos investir pesado nas eólicas, mas tendo em mente a necessidade de sistemas complementares, provavelmente à base de hidrelétricas e de biomassa;, argumentou.
Ele sugere que se aproveite o bagaço de cana-de-açúcar nesses sistemas complementares. ;Na Europa, a energia eólica é complementada por usinas térmicas. Temos, no Brasil, condições de usar o bagaço da cana, que atualmente tem apenas 10% de aproveitamento;, acrescentou.
;O Brasil possui 9 milhões de hectares dedicados a plantações de cana-de-açúcar. Em 2020 serão 12 milhões. Ou seja: teremos ainda muita energia que poderá ser gerada a partir da biomassa;, avalia o professor.