Igor Silveira
postado em 30/05/2010 10:02
O gerente de tecnologia da informação Pedro Alves, 53 anos, aproveitou o sábado de manhã para ir, com a mulher, Márcia Freitas, 31, e a filha, Maria Eduarda, 2, a um posto de saúde no Riacho Fundo tomar a vacina contra a gripe Influenza H1N1. Os três encontraram o lugar fechado e tentaram outros dois ; um no Núcleo Bandeirante e outro na 115 Norte ;, antes de desistirem. No fim de semana que antecede o término da campanha de imunização contra a doença, o Ministério da Saúde não deu qualquer tipo de orientação para as secretarias estaduais e municipais do país para que mantivessem os postos de vacinação abertos. Resultado: todos os locais onde a vacina é oferecida gratuitamente, no Distrito Federal, só voltarão a funcionar amanhã.;Eu saí de casa com o objetivo de ir a um posto de saúde e agora, por ter dirigido tanto, terei de parar em um posto de combustível. É um absurdo que, durante uma campanha tão importante como é a de combate a essa gripe, os pontos públicos de vacinação não estejam abertos, pelo menos, no sábado. O governo deve ter esquecido que muitas pessoas trabalham em tempo integral durante a semana e não têm muitos horários disponíveis para tomar a vacina;, reclamou Alves.
Enquanto a família de Pedro Alves lamentava a viagem perdida até o fim da Asa Norte, outras duas famílias chegaram para serem vacinadas. A comerciante Cristina Costa, 48 anos, e a contadora Nazaré Fernandes, 58, levaram filhos e netos, respectivamente, para garantir a imunização. Também se decepcionaram ao constatar o cadeado trancado na entrada do posto de saúde. ;Como vou fazer para levá-los durante a semana?;, questionou Cristina.
Há um mês, o Correio publicou uma matéria revelando a preocupação do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, com a gripe Influenza H1N1. Na ocasião, ele ressaltou que os índices de pessoas vacinadas estavam abaixo do esperado, principalmente, nos grupos de grávidas, pessoas com doenças crônicas e jovens. ;É por isso que estamos convocando a abertura dos postos e unidades de saúde de todo o país neste sábado para vacinarem pessoas dos grupos prioritários de fases anteriores da campanha;, anunciou em 22 de abril.
A medida não foi repetida neste fim de semana e, de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, um novo balanço sobre a imunização contra a gripe Influenza H1N1 ainda não tem data para ser divulgado.
Saiba mais
A doença
Causada pelo vírus Influenza H1N1, também ficou conhecida como gripe suína. Os sintomas muitas vezes se assemelham aos do resfriado comum, como congestão nasal, tosse, rouquidão, febre variável e dor de cabeça. Na Influenza H1N1, porém, a evolução dos sintomas é mais rápida. A doença começa com febre alta, em geral acima de 38;C, e dura em torno de três dias. A pessoa apresenta também dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. Os sintomas respiratórios costumam piorar com a progressão da doença e duram cerca de três a quatro dias após o desaparecimento da febre.
Transmissão
A forma mais comum é de pessoa a pessoa, por meio de gotículas de saliva, expelidas ao falar, ao tossir e ao espirrar. Outra forma é pelo contato (indireto), por meio das secreções de pessoas doentes. Nesses casos, a mão é o principal meio transmissor do vírus, ao favorecer a introdução de partículas virais diretamente na boca, nos olhos e no nariz.
Quem pode se vacinar
Apesar de o calendário de Ministério da Saúde ter reservado a última fase da campanha de vacinação para pessoas com idades entre 30 e 39 anos, além de crianças entre 2 e 5 anos, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informa que os outros grupos (crianças maiores de seis meses e menores de dois anos, adultos de 20 a 29 anos, idosos, doentes crônicos e gestantes) também podem comparecer aos postos de saúde para tomar a vacina até o próximo dia 2.
Data e hora
A campanha de vacinação contra a gripe causada pelo vírus Influenza H1N1 termina na próxima quarta-feira. Com exceção de hoje, quando estarão fechados, os postos de saúde funcionam das 8h às 17h.