Brasil

PM mapeia galeras e aborta ações de vândalos em Recife

Uma megaoperção foi montada nas ruas ontem com 117 policiais em viaturas, motos e até cavalaria

Diário de Pernambuco
postado em 31/05/2010 10:32
A operação de repressão da polícia foi iniciada, no domingo passado, em resposta ao arrastão registrado no domingo 16 nas ruas da Zona Sul. IOntem, o esquema foi mais tático e chegou aos terminais de ônibus dos bairros de origem dos jovens. A intenção era mapear o percurso e impedir a chegada das galeras ao destino. Um esforço que reuniu 117 policiais em viaturas, motos, cavalaria e helicóptero, intimidando as galeras. Ao final, o domingo foi tranquilo na Zona Sul com uma movimentação rotineira.

No balanço da megaoperação, nove pessoas foram detidas e levadas para a Gerência de Proteção à Criança e ao Adolescentes (GPCA). Entre elas, três maiores que poderiam ser encaminhados à delegacia de Boa Viagem depois que houvesse a comprovação de envolvimento no crime de corrupção de menores. As apreensões aconteceram na Avenida Herculano Bandeira, no Pina, um dos quatro pontos de bloqueio.

Além de uma equipe no Pina, a Polícia Militar estava de plantão nas avenidas Recife (Estância), Maria Irene (Jordão) e Boa Viagem (em frente ao Parque Dona Lindu). Nesses locais, os policiais paravam todos os ônibus e revistavam os suspeitos. Foi dessa maneira que os nove jovens, seis menores de idade além dos três maiores, foram pegos com maconha, cola e duas bombas caseiras. Eles vinham do terminal Joana Bezerra. Os menores foram encaminhados à GPCA para serem autuados por perturbação do sossego e entregues aos responsáveis. Os maiores poderão ser presos se for constatado que estavam coordenando o grupo. Até o fechamento desta edição, os suspeitos não tinham chegado à DP de Boa Viagem. Mas o delegado João Gustavo Godoy informou que, diante das circunstâncias, o encaminhamento para o presídio deveria ser o procedimento adotado.

Cerco fechado - As equipes da PM se instalaram pelas ruas a partir das 13h e uma viatura permaneceu na Pracinha de Boa Viagem até à noite, onde os jovens provocaram pânico no domingo, dia 16, quebrando o vidro de um veículo e jogando uma pedra em uma criança. A baderna foi destaque no Diario no dia seguinte e impulsionou a estratégia da PM para a Zona Sul. Na última segunda e terça-feira, o Diario anunciou o início da operação de repressão, ocorrida no domingo 23, com 20 jovens detidos, nas paradas de ônibus, antes de iniciarem o pânico na região. Também foram pegas duas bombas caseiras.


O cenário nas ruas de Boa Viagem ontem à tarde era o de uma operação de guerra: policiais da cavalaria acompanhando ônibus, motos circulando com PMSs e homens parando ônibus para identificar jovens suspeitos
"No domingo passado, começamos a abordar os jovens nas paradas de Boa Viagem. Ontem, fomos até os bairros para monitorar se viriam", afirmou o comandante do 19; Batalhão da PM, tenente-coronel Paulo Figueiredo. O comandante responsável pela segurança da área informou que a operação teve um reforço de 80 homens, distribuídos a pé, em sete duplas de motos, oito trios em viaturas, seis na cavalaria, além de 37 policiais civis e da prontidão do Batalhão de Choque. Em dias normais, segundo o comandante, a segurança é feita por 30 policiais.


Fotos: Inês Campelo/DP/D.A Press
A movimentação dos policiais agradou a população, especialmente àquelas que esperavam o ônibus nas paradas. Leandro Costa, 20 anos, contou que estava no bairro há quinze dias quando o tumulto aconteceu e disse que se sentiu mais seguro quando viu o policiamento ontem. "Vi os grupos juntos, com camisas de torcida de futebol. Até fui abordado pela polícia na vinda, no ônibus. Mas entendi", disse. Ele veio do Jordão e o ônibus foi vistoriado no bloqueio da Avenida Maria Irene.

Na Pracinha de Boa Viagem, os comerciantes defenderam que o policiamento deveria ser permanente. "É um perigo quando isso aqui fica abandonado. Às vezes, a gente traz filhos, netos e as galeras chegam correndo, derrubando tudo", contou uma vendedora. O comerciante Luciano Monteiro, que há mais de 20 anos tem uma barraca no local, disse que o plantão deveria ser permanente. "Hoje eles não vieram. Mas quando a polícia sair, eles voltam", afirmou.

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