Apesar de uma ordem judicial, o grupo de 60 índios, acampados em frente ao Ministério da Justiça desde janeiro deste ano, resistem em deixar o local. Desde das 07h30 desta terça-feira (1;/6), oitenta homens da Polícia Federal, da Polícia Militar e do Bope tentam pacificamente retirar os indígenas. A liminar da 6; Vara Federal determina que os indígenas mantenham pelo menos mil metros de distância do prédio do órgão público.
O acampamento é uma manifestação para solicitar a revogação do Decreto Presidencial 7.056/09 - que extingue 40 administrações regionais, 337 polos indígenas e substitui antigos servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ao todo, 15 administrações serão fechadas ou reestruturadas em diversos estados do país. Entre elas, a da Paraíba e a do Recife. Os índios ainda querem a destituição do cargo do presidente da fundação, Márcio Meira.
Impasse
Apesar do esforço da procuradora Luciana Loureira em negociar, um impasse se estabeleceu. Os indígenas dizem que só sairão se antes puderem se reunir com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Uma representante do ministro, no entanto, afirma que Barreto exige a saída do grupo para que a encontro aconteça.
Um dos líderes dos manifestantes disse ainda que uma tradição milenar os impede de deixar o acampamento: uma menina de 12 anos teve a sua primeira menstruação e, segundo o índio, deve ficar isolada por pelo menos sete dias.
[SAIBAMAIS]Tensão
No momento em que um policial armado da Polícia Federal tentava se aproximar do grupo, um dos índios se ajoelhou na frente dele e o desafiou a atirar nele. Houve um princípio de empurra-empurra mas o policial recuou.
Trânsito
O ato causou transtornos aos motoristas que passam pala Esplanada dos Ministérios nesta manhã. A Polícia Militar interditou duas faixas da via N-1, no Eixo Monumental, sentido Praça dos Três Poderes-Rodoviária do Plano Piloto.
Com informações de Saulo Araújo