postado em 07/06/2010 18:53
Os novos contratos com planos de saúde fechados a partir desta segunda-feira (7) podem sofrer o impacto da ampliação da cobertura mínima em 70 novos serviços médicos e odontológicos autorizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). De acordo com a diretora executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Rezende, o consumidor que contratar um plano neste ano pode pagar mais caro de imediato.;Os novos contratos podem trazer algum reflexo dessa medida. Isso vai depender de cada operadora;, afirmou a diretora da entidade, que reúne 17 empresas responsáveis por 34% do mercado de saúde suplementar do país. Ela explica que os usuários com contratos firmados deverão sentir o impacto somente a partir de maio de 2011, quando a ANS anunciará o reajuste anual para os planos.
Solange evitou arriscar o percentual de aumento no valor dos planos por causa dos novos serviços, alegando que caberá a cada operadora definir o custo a repassar ao cliente. Uma das justificativas das operadoras para o reajuste é o alto custo de alguns procedimentos médicos e odontológicos, entre eles, o transplante de medula óssea alogênico (doação de parente ou banco de medula), o exame PET-Scan (detecta câncer em estágio inicial ou avançado) e a colocação de coroa e bloco dentário.
A nova cobertura permite número maior de consultas para algumas especialidades. As de fonoaudiologia, por exemplo, passaram de seis para até 24 vezes por ano. Ao participar de um evento em São Paulo, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, minimizou o possível custo adicional diante da cobertura de saúde ampliada. ;Quando a ANS toma essa decisão, ela o faz em cima de estudos. Me parece que o que está por trás da decisão é a busca de uma cobertura integral das necessidades de saúde das pessoas que possuem planos e seguros;, disse.
A medida vale para os planos coletivos e individuais contratados desde 2 janeiro de 1999, o que deve beneficiar 44 milhões de usuários. As operadoras tiveram prazo de cinco meses para se adaptar ao novo rol de serviços. Dados da ANS indicam que 52 milhões de brasileiros têm planos de saúde, sendo que 75% dos contratos referem-se a planos coletivos.