Após o temporal de abril, que matou 56 pessoas no município, seis escolas de Niterói ficaram destruídas e 18 foram usadas como abrigo. Após seis semanas sem aulas, os alunos que sofreram com a tragédia ainda não tiveram um retorno escolar garantido
;As vítimas foram realocadas no Batalhão de Infantaria [do Exército] em São Gonçalo. Algumas crianças estão tendo aula no próprio abrigo, que não oferece estrutura para um bom ambiente de aprendizado. Outras foram realocadas em diferentes unidades e até em escolas particulares, mas grande parte não está frequentando as aulas porque os locais são muito longe das suas casas. Antes da tragédia, as crianças estudavam dentro da própria comunidade delas;, explicou Rodrigo Teixeira, diretor do Sindicato Estadual de Professores de Educação (Sepe) em Niterói.
Também não há transporte para as crianças. Segundo o Sepe, a falta de infraestrutura e a ausência de uma política de segurança escolar são problemas diários na rotina dos alunos e servidores. ;Os colégios têm cadeiras quebradas, tetos com goteiras, salas manchadas por causa da umidade e do abandono. Em relação a segurança, um grande número de colégios fica dentro das comunidades onde o tráfico está próximo e chega até a interferir nas atividades;, afirmou Teixeira.
O Sepe de Niterói reclama que houve um corte de 11% nas verbas municipais da Educação em 2010. Dentro das reivindicações dos servidores, estão aumento salarial de 30%, plano de carreira e melhoria da infraestrutura e das condições de trabalho.
Procurados pela reportagem da Agência Brasil, nem prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT), nem a Secretaria Municipal de Educação se manifestaram sobre as denúncias apresentadas pelo sindicato.