postado em 16/06/2010 19:00
A diretora da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Kátia Guimarães, disse nesta quarta-feira (16) que uma das prioridades da pasta é estimular o uso do preservativo feminino como forma de reduzir o número de casos de aids entre as brasileiras.Em debate durante o 8; Congresso Brasileiro de Prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, a diretora admitiu que o plano de enfrentamento da feminização da epidemia de DST e Aids, lançado em 2007, ainda não está institucionalizado no país. ;É um plano mais no desejo;, reconheceu Kátia Guimarães, que coordena o programa de combate à violência contra a mulher na secretaria.
De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, o número de mulheres infectadas cresce em maior proporção quando comparado ao de homens em todas as faixas etárias. Em 1986, eram 15 casos de aids em homens contra um de mulher. A partir de 2002, a relação passou a ser de 15 casos em homens para dez em mulheres. Entre os jovens, o público feminino é a principal vítima da doença. De 2000 a 2009, foram registrados no país 3.713 casos entre meninas de 13 a 19 anos de idade contra 2.448 casos de meninos.
O diretor-adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, disse que existe dificuldade de incluir e justificar no orçamento a compra de preservativos femininos e, um dos motivos, é a falta de demanda e articulação dos movimentos de representação das mulheres.
A representante da organização não governamental Gestos, Josineide de Meneses, cobrou a organização de dados e instrumentos de monitoramento do plano, além de iniciativas focadas no interior do país. ;O plano não foi elaborado em conjunto com os movimentos e não foi apropriado pelas mulheres;, afirmou a representante da organização que atua em Pernambuco.
A abertura oficial do congresso será às 19 horas, com a presença do ministro da Saúde, José Gomes Temporão.