Brasil

Desarticulado grupo do crime organizado do Rio e de SP que traficava drogas e vendia armas

postado em 17/06/2010 20:32
Rio de Janeiro ; Ao desarticular uma quadrilha de traficantes, a Polícia Federal confirmou a ligação entre facções criminosas do Rio de Janeiro e de São Paulo para a compra e distribuição de drogas e armas vindas do Paraguai. Segundo a PF, o esquema movimentava U$ 1 milhão por mês e contrabandeava uma média de 15 fuzis mensalmente para abastecer favelas do Rio. A PF suspeita que o traficante Fernandinho Beira-Mar, que cumpre pena em um presídio federal em Mato Grosso do Sul, esteja envolvido no esquema internacional.

Desde janeiro deste ano, a Delegacia de Repressão ao Tráfico Ilícito de Armas da Polícia Federal (Delearm) realiza a Operação Patente, que cumpriu até agora 13 dos 16 mandados de prisão expedidos. Segundo a PF, um grupo de cinco presidiários ligados à facção criminosa Comando Vermelho (CV), do Rio, coordenava as ações de dentro de um presídio em associação com membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo.

;A cúpula do grupo agia de dentro dos presídios e tinha articulação com pessoas de fora que negociavam essas armas e drogas em Capitán Bado (Paraguai) e Coronel Sapucaia (MS). É uma ligação que há entre o PCC e o Comando Vermelho;, disse o delegado chefe da Delearm, Anderson de Andrade Bichara.

A Polícia Federal também reafirmou a necessidade de fiscalização de celulares na entrada das cadeias. ;O problema de sempre é a entrada de celular em presídio. Tem que haver uma fiscalização para que isso não continue ocorrendo;, assinalou Bichara..

O delegado informou que foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em Petrópolis, na região Serrana, e em São Paulo. Foram feitas três prisões em flagrante e apreendidos 140 quilos de maconha, 13 sacolés de cocaína, pistolas de calibre restrito, uma submetralhadora, carregadores e munição.

O delegado Enrico Zambrotti, que também participou das investigações, estima que o esquema movimentava U$ 1 milhão por mês e contrabandeava 15 fuzis para abastecer favelas de Petrópolis e da região metropolitana do Rio.

Ontem, a PF cumpriu outros cinco mandados e prendeu quatro indiciados, durante reunião do grupo em um restaurante em Copacabana, zona sul do Rio. O quinto membro, Benedito Ramos, conhecido como Tinho, foi detido no Aeroporto Internacional Tom Jobim quando desembarcava para o encontro.

Tinho é do PCC e era encarregado da logística do transporte de armas e drogas vindas do Paraguai. Solange Sombra, que teria uma ligação com ele, e Anderson Tibério também foram presos.

;A coordenação das atividades criminosas [no Rio de Janeiro] era feita por presidiários ligados ao Comando Vermelho, que tinha elo direto com o PCC, em São Paulo;, afirmou Zambrotti. Segundo ele, a PF também prendeu Luciano de Azevedo Ananias, dono de uma empresa de transportes no Rio que levava as cargas de drogas e armas.

O delegado Zambrotti afirmou que o líder do grupo, Lenildo da Silva Rocha, também foi preso. Trata-se de um ex-detento de um dos presídios do complexo de Bangu, solto há cerca de dez dias em Duque de Caxias. A advogada Eunice Fábio dos Santos, defendia Lenildo e fazia movimentações financeiras quinzenais da quadrilha, no valor de R$ 50 mil.

Cristiana Ferreira Maurício da Silva, presa em Petrópolis, também movimentava o dinheiro da quadrilha. Todos os presos são acusados de tráfico de drogas e associação para fins de tráfico internacional. A pena mínima para esses crimes é de 15 anos.

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