Brasil

Conferência mostra experiências bem-sucedidas de economia solidária

postado em 18/06/2010 15:21
Experiências de sucesso de economia solidária de vários estados estão sendo apresentadas na 2; Conferência Nacional de Economia Solidária, que discute políticas para inserir a produção do setor no mercado da economia e para respaldar os profissionais da área. O encontro termina nesta sexta-feira (18/6).

Um dos exemplos de empreendimento de sucesso é a Cooperativa de Costureiras Unidas Venceremos (Univens). Fundada em 1996, em Porto Alegre, a Univens tem como meta abrir espaço para mulheres com dificuldade de se inserir no mercado de trabalho formal. O grupo confecciona camisetas e uniformes escolares e profissionais, agregados ao serviço de serigrafia. A cooperativa fez, inclusive, as camisetas usadas pelos conferencistas no encontro.

A Univens também produz peças para a Justa Trama, cuja marca tem por característica o uso de fibras ecológicas em seus produtos. São peças orgânicas, livre de agrotóxicos e de tingimento.

Segundo a costureira Rosa Elaine de 38 anos, da Univens, o trabalho feito pela cooperativa é uma maneira de participar do mercado e de gerar renda para a população de baixa renda. ;Nós vendemos ao público que aprecia nosso produto a partir de uma cadeia justa, além de ajudarmos o desenvolvimento da população mais pobre;, diz Rosa Elaine.

"Apesar de ainda ser pequena a produção, pretendemos expandir e competir com grandes empresas;, acrescenta a costureira.

De acordo com Rosa Elaine, o projeto "abraça" produtores do Brasil inteiro, gerando oportunidades de crescimento e de geração de emprego: ;É gratificante perceber que as redes têm atuado de Norte a Sul do Brasil, aumentando a produtividade e pensando em medidas ecológicas;, conclui.

Uma associação de agricultores que atua em áreas de assentamento no Maranhão também apresentou seu trabalho na conferência. O grupo planta arroz, feijão e milho, mas tem como prioridade a produção do babaçu. Atualmente, além de ser usado na fabricação de xampus e cremes para a pele, o babaçu tem a casca aproveitada para produzir energia.

O mesocarpo (substância química encontrada na polpa do babaçu, rico em glicerina, ácido fosfórico e ecolina) é usado para mistura na alimentação dos estudantes da região atendida pelo projeto.

O coordenador executivo do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, Valdener Miranda, explica que o projeto, além de gerar grande aproveitamento do babaçu, trabalha com o conceito de economia solidária contemplando várias famílias. Segundo ele, a economia solidária do projeto do babaçu atende hoje, no estado 1.800 famílias.

"Temos mostrado esse novo modo de crescimento econômico no país, fazendo com que a população como um todo passe a enxergar a importância de produzir com sustentabilidade e divisão igualitária dos lucros para os produtores;, ressalta Valdener.

A expectativa de entidades como a cooperativa gaúcha e o projeto maranhense ao final da conferência é a de breve aprovação do projeto de lei que assegura a atuação dos produtores que trabalham com o conceito de economia solidária, aumentando sua expansão e representatividade no mercado brasileiro.

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