Brasil

Além dos 41 mortos, mais de 120 mil pessoas já foram afetadas pelas chuvas

Resignados e ainda atônitos, moradores dos municípios atingidos lamentam a catástrofe

Vandeck Santiago, Malu Longo
postado em 23/06/2010 08:16
Marcionila Teixeira

Maceió e Recife ; O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho, foi enfático, ao se referir às chuvas que atingiram o estado: ;Em alguns lugares parece que jogaram uma bomba atômica;. Durante o dia, o ministro da Integração Nacional, João Santana, visitou a capital e sobrevoou cidades atingidas. Também esteve lá o ministro da Defesa, Nelson Jobim. O estado deve encontrar mais dificuldades de reconstrução do que Pernambuco, já que tem uma economia fragilizada e disputa os piores indicadores sociais e econômicos do Brasil com Piauí e Maranhão.

Em Alagoas, o município mais atingido pela cheia foi União dos Palmares (a 80km de Maceió), local turístico do estado, onde se encontra a Serra da Barriga, área em que existiu o Quilombo de Palmares, no século 17. ;Enchentinha sempre houve por aqui;, disse o morador Antônio João dos Santos. ;Mas nunca desse jeito, cobrindo as casas.; A destruição foi causada pelas águas do rio Mundaú, que subiu seis metros e invadiu as cidades.

Ontem pelo menos quatro municípios estavam sem energia: Branquinha, Ibategura, São José da Laje e Santana do Mundaú. Em outras, como União dos Palmares, havia um blecaute parcial. Em algumas áreas de Branquinha vê-se apenas alicerces das casas, completamente destruídas. ;O que a gente chamava de coração de Branquinha, o centro, onde girava a vida da cidade, isso acabou;, lamentou a prefeita Ana da Purificação.

Até o fechamento desta edição, o número oficial de mortos era de 29, mas o total deve ser maior: 607 pessoas ainda estão desaparecidas no estado. Foram destruídas 19 mil casas em 22 municípios e há 79.823 pessoas desabrigadas.

Em Pernambuco, segundo a Coordenadoria de Defesa Civil (Codecipe), até ontem, eram 30 cidades em situação de emergência e nove em estado de calamidade pública decretados pelo governador Eduardo Campos. Os desabrigados chegam a 17.808 pessoas, enquanto os desalojados são 24.552. O número oficial de mortes é de 12 pessoas.

O governo do estado criou, ontem, um fundo especial de combate às situações de emergência e calamidade que permite agilização na liberação de recursos. E os municípios pernambucanos foram os primeiros a receber os kits com alimentos, roupas e itens de higiene pessoal, enviados por meio de aviões das Forças Armadas.

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