postado em 23/06/2010 12:33
As idiossincrasias que marcam o passeio de quem se aventura longe dos pontos turísticos da capital chilena, percorrendo as esquinas anônimas deste super civilizado Vale Andino, podem ser a diferença entre uma boa viagem e uma viagem fantástica. Claro que o circuito convencional pelo centrão de Santiago vale a pena. Ou melhor, é obrigatório. Ninguém se atreve a ir até lá e não conhecer o Palácio de la Moneda, a Plaza de Armas (palcos do golpe militar de Augusto Pinochet e da morte do presidente marxista Salvador Allende), provar um pescado no Mercado Central ou mesmo vislumbrar a belíssima Catedral Metropolitana. Mas é se ;perdendo; pela cidade em longas caminhadas que o turista, definitivamente, se encantará.Basta pegar um metrô e saltar em qualquer estação. Sem norte, sem mapa, sem guias e sem receios ; Santiago é uma cidade relativamente segura e pequena. Logo, no caso de se encontrar completamente perdido, olhe ao redor: as Cordilheiras dos Andes levarão você ao leste, e as da Costa (que são as mais baixas), a oeste. Ou, então, ande até se deparar com a avenida Libertador Bernardo O`Higgins (ou apenas Alameda) ou com o rio Mapocho. Ambos são bons pontos de localização, pois cortam a cidade de ponta a ponta e cruzam com quase todos os bairros. Em último caso, o acesso a táxis é fácil, mesmo nos cantos mais remotos.
Na primeira noite sob a proposta de andar sem rumo, foi possível encontrar, por exemplo, uma lojinha pequena que esconde as mais preciosas ofertas de CDs e DVDs raros e, ainda, emendar um bate-papo com o simpático proprietário sobre música chilena e algumas dicas de turismo. Mais à frente, atravessando uma das pontes sobre o Rio Mapocho, chega-se, sem querer, a um parque discreto, que guarda enormes esculturas de artistas locais (Museo Parque de las esculturas, no bairro da providência).
Andando mais um pouco, uma gigantesca loja de departamento é capaz de levar qualquer alma feminina à loucura ; ou à falência ;, oferecendo uma orgia consumista(2). Em minutos, você sai de um bairro pequeno e antigo, onde os postes são repletos de fios e gambiarras e a arquitetura neoclássica fascina, e chega a outro bairro, onde os arranhas-céu(2) sofisticados e futuristas forçam o turista a torcer o pescoço para cima.
Quando o passeio parece perto do fim, no caminho de volta ao hotel, a estação de metrô Balquedano revela uma galeria de arte subterrânea, com imensas intervenções artísticas que passam batidas por quem faz baldeações. Mas ali, no meio de centenas de transeuntes apressados, há sempre um flash pipocando da câmera de algum turista maravilhado.
Na madrugada (a balada começa tarde da noite), você pode acabar tomando uma cerveja em vilas cheias de barzinhos, degustando um vinho chileno em algum restaurante de alta gastronomia, cantando em um karaokê frequentado pela classe média chilena, ou pode se juntar a uma porção de jovens animados e descolados parados em frente a uma distribuidora de bebidas que vende cervejas locais por uma fresta na grade. É na despretensão do passeio que as descobertas se tornam ainda mais especiais. Resta saber quais experiências Santiago guarda para você.
Fast-fashion
No Chile, grandes lojas de departamento como a Falabella, a Paris e a Ripley vendem moda atual a preços muito atraentes, no melhor conceito fast-fashion.
Antissísmicos
No setor financeiro da cidade, está, por exemplo, o prédio mais alto do Chile, o Titanium La Portada (são 194 metros de altura). Lá, o terremoto não causou grandes estragos. A engenharia civil chilena desenvolveu construções antissísmicas, tidas como as melhores do mundo.
MIRANTES DE SANTIAGO
É possível admirar toda a cidade em diversos pontos altos que servem como mirantes. Os mais comuns são os parques urbanos, como o imenso Parque Metropolitano de Santiago, que tem em seu ponto mais alto uma imagem de 14 metros da Imaculada Conceição, e os cerros de San Cristóbal e o Santa Lucia (todos com opções de teleférico ou bondes). Mas já vá sabendo: nem sempre dá para admirar a beleza das montanhas que cercam Santiago. Com o elevadíssimo nível de poluição, causado justamente pela falta de circulação do ar que fica preso entre as cordilheiras, é comum que a poeira impeça o visitante de enxergar um dos atrativos mais esperados pelos turistas.
A jornalista viajou a convite da LAN Airlines
Oriente-se
O que você não pode perder:
# Se a intenção é comer bem, a região do Borde Rio é a melhor indicação. No Mercado Central, dá para se fartar de frutos do mar a preços bem acessíveis
# Para quem quer um agito mais boêmio, os bairros Bella Vista, Providência e Las Condes são boas opções, com muita música, jazz e gente animada
# O Centro é lindo e merece um dia inteiro de visita: lugares históricos, museus, praças, arte nas ruas e muito movimento