Brasil

Enchentes fazem cidade alagoana de Branquinha mudar de local

postado em 26/06/2010 14:29
Branquinha (AL) ; Nascida às margens do Rio Mundaú, o município alagoano de Branquinha, a cerca de 80 quilômetros de Maceió, deve mudar de lugar em virtude do desastre provocado pela forte enxurrada, ocorrido no último sábado (19). No total, seis pessoas morreram e sete estão desaparecidas. Para fugir do risco constante de inundação, a prefeita da cidade, Renata Moraes (PMDB), quer reerguer o município, de 11 mil habitantes, ao lado da BR 104, longe das águas do antigo vizinho.

Segundo ela, um produtor local de cana-de-açúcar se dispôs a dar a quantidade de terra necessária para construir casas, escolas, postos de saúde, a delegacia e os demais prédios públicos destruídos pelas chuvas. ;Já tínhamos um terreno de um hectare para construção de casas com recursos do programa Minha Casa Minha Vida. Agora, vamos usar o terreno doando para reconstruir toda a estrutura administrativa do município e as casas daqueles que estão desabrigados;, disse a prefeita à Agência Brasil.

Cerca de seis mil pessoas, quase a metade dos habitantes de Branquinha, foram atingidos pelas enchentes. Todos os prédios públicos foram ao chão com a força da enxurrada. Emergencialmente, a casa da prefeita foi transformada em posto de recebimento e distribuição de mantimentos às vítimas.

Em uma casa de quatro cômodos estão abrigadas 11 famílias, ou quase 40 pessoas, que perderam tudo por causa da chuva. ;Foi tudo muito rápido. Tivemos que sair correndo apenas com a roupa do corpo;, disse Nivaldo Silvestres da Silva, que ao lado da esposa e do filho está abrigado no local.

Pelas ruas da cidade, há um intenso movimento de tratores, e caminhões tentam retirar a lama que invadiu praticamente todas as vias. Alguns sobem aos telhados para varrer a sujeira levada pela chuva para cima das casa. Do segundo andar de sua casa, o estudante Alan Nascimento colocava para secar o que sobrou após a enchente.

;A água cobriu todo o primeiro piso e ainda subiu dois palmos do segundo;, contou ao lado da mãe que ainda limpava a sujeira. ;Nunca houve uma cheia tão violenta na cidade;, acrescentou.

Para ajudar aqueles que perderam tudo, a prefeita de Branquinha fez um apelo para que algum fazendeiro ou empresário ceda um espaço para abrigar os alimentos, a água e roupas que chegam. ;Faço um apelo para que doem um espaço. Atualmente, não temos um local para abrigar as doações.;

Segundo ela, com a destruição dos bancos, ainda não foi possível criar uma conta para receber doações em dinheiro para o socorro às vítimas.

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