Diário de Pernambuco
postado em 26/06/2010 17:33
Pouco mais de uma semana após as fortes chuvas que castigaram várias cidades da Zona da Mata Sul em Pernambuco, principalmente Barreiros, Palmares e Água Preta, os trabalhos de reconstrução e ajuda à população desses locais continuam intensos. Nem mesmo durante o fim de semana há descanso e os voluntários permanecem a postos para diminuir o sofrimento de quem perdeu tudo nas enchentes.Em Água Preta, a cozinha do prédio da Secretaria de Assistência Social recebe a todo instante vários tipos de alimentos e as equipe de voluntários permanecem preparando refeições para matar a fome de quem não tem o que comer. A merendeira Elza Silva está há cerca de seis dias trabalhando no voluntariado. A rotina durante esse tempo, segundo ela, tem sido cozinhar para as pessoas desalojadas que se encontram nos abrigos instalados pela pela prefeitura da cidade. Elza afirmou que tem trabalhado até 12 horas por dia para ajudar os necessitados.
A secretaria também informou que foram montadas nove cozinhas comunitárias nas principais escolas do município, além de alguns prédios da prefeitura. Uma das moradoras que perdeu tudo durante as chuvas foi a aposentada Marinete da Silva. Acompanhada de três netos, ela permanece abrigada em uma escola próxima ao centro de Água Preta. Marinete informou que no momento precisa de roupas para os netos, pois tudo foi levado pelas águas que invadiram a cidade.
Em Palmares, um dos municípios mais atingidos pelas chuvas, a situação ainda é crítica. A moradora Maria Aparecida da Silva está abrigada, junto com o marido, em uma escola pública da cidade. De acordo com ela, além da dificuldade de tentar resgatar algum pertence entre a lama é preciso ter paciência para conseguir um lugar para se alimentar. O Centro de Comando das operações em Palmares informou que, no momento, cerca de 300 voluntários e 200 profissionais, entre médicos, enfermeiros, bombeiros, soldados e policiais, trabalham para atender a população atingida.
A Defesa Civil da cidade não se pronunciou sobre os trabalhos realizados até agora, mas fez um apelo solicitando a doação de roupas e colchões, os principais itens em falta. As chuvas deixaram cerca de 27 mil desabrigados e 56 mil desalojados em 67 municípios atingidos. O governo do estado informou que aproximadamente 14 casas foram destruídas durante os temporais. O número de mortos até o momento chega a 17.