postado em 01/07/2010 15:57
Apesar de 14,5% da população brasileira ter algum tipo de deficiência, a falta de acessibilidade nas cidades ainda é uma realidade em todo o país. Com o objetivo de mudar esse panorama, a Secretaria de Direitos Humanos lançou hoje (1;) o projeto Cidade Acessível. Seis municípios brasileiros integrarão a iniciativa.O ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, destacou a importância de se tratar a questão da acessibilidade desde cedo nas escolas.
;Temos 25 milhões de brasileiros que ainda não têm assegurado o direito de ir e vir. O direito à escola, à educação inclusiva é fundamental. O direito à acessibilidade é o direito à diferença. Nossas crianças podem ler, caminhar, mas elas têm que saber que há outras que não [podem];, destacou.
A subsecretária Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Izabel Mayor, destacou o avanço da legislação brasileira. ;Quando foi ratificada a convenção da ONU [Organização das Nações Unidas] das pessoas com deficiência, em 2008, o Brasil aderiu à convenção com emenda constitucional. Não podemos desobedecer as normas da legislação e uma delas é a acessibilidade.;
O municípios de Campinas (SP), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Joinville (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Uberlândia (MG) foram escolhidos em função das ações de acessibilidade já desenvolvidas. Os municípios servirão de modelo em áreas como transporte, acessibilidade e eliminação de barreiras, saúde, educação, transporte público urbano e habitação.
O prefeito de Joinville, a maior cidade catarinense, com 500 mil habitantes, Carlito Merss, assinou em nome dos demais gestores a adesão ao projeto. "Quando aceitamos o desafio de ser uma das primeiras cidades a ser considerada acessível, sabíamos que estávamos assumindo um compromisso e um desafio. Queremos ser uma referência para o sul do país", destacou.
Dos 6 milhões de habitantes do município do Rio de Janeiro, 900 mil têm algum tipo de deficiência. A secretária municipal da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro, Isabel Gimenez, falou da necessidade de adequação da cidade em função dos três grandes eventos mundiais que sediará.
O projeto no Rio de Janeiro começará pela Ilha do Governador onde se concentra o maior número de pessoas com deficiência. Além dos pontos turísticos, o grande problema está no entorno destes espaços. ;O Rio de Janeiro é uma cidade de grande visibilidade e que vai sediar a Copa do Mundo, as Olimpíadas e as Paraolimpíadas. Temos necessidade de adequação em todas as áreas. Até 2016 todos os ônibus deverão estar acessíveis, atualmente atinge 5% da frota.;
A representante do Conselho Municipal de Campinas Ida Célia Palermo destacou que as atuais conquistas são mérito da luta das pessoas com deficiência. ;O que o Poder Público está fazendo hoje é uma conquista da força do movimento da pessoa com deficiência. A gente faz parte de uma luta que não é apenas para as pessoas com deficiências, mas para toda sociedade;, salientou.