Luiz Calcagno
postado em 04/07/2010 08:13
Policiais Militares da Rondas Ostensivas Tático-Móvel (Rotam) do estado do Goiás localizaram, por volta das 12h de ontem, quatro acusados de envolvimento no latrocínio - roubo seguido de morte - da bacharela em Direito Paula de Paula e Silva, 30 anos. Um deles, armado, disparou contra os policiais e conseguiu fugir. Os outros três foram presos com uma máquina fotográfica, um laptop e dois celulares que pertenciam à vítima. Paula morreu com um tiro no coração na tarde da última sexta-feira, na Rua 12, no Jardim Goiás, bairro nobre de Goiânia.
De acordo com o assessor da PM-GO, coronel Divino Alves de Oliveira, os acusados também levavam um jornal dobrado exatamente na página com a reportagem sobre a morte da mulher. A polícia desconfia que eles tentavam se livrar dos objetos o mais rápido possível, depois que souberam da repercussão do crime. Policiais já haviam encontrado o carro de Paula, um Gol prata, ainda na manhã de ontem. Ela estava em com a irmã, Fernanda de Paula e Silva, uma amiga e o namorado de Fernanda quando foram abordados por dois homens em uma moto em uma rua sem saída.
A dupla teria atirado sem anunciar o assalto. De acordo com uma das amigas da vítima, a também bacharela Flávia Beltrão, 27 anos, o cunhado de Paula contou que o assassino teria apontado a arma para o vidro do carro e disparado. A bala entrou no ombro esquerdo de Paula e atingiu o coração. "A irmã dela estava de mudança para Goiânia. O caminhão se perdeu e eles foram atrás. Ela acabou entrando em na rua errada, quando abordaram o carro", disse Flávia. "É uma perda muito grande."
Paula foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e levada para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na tarde de sexta-feira. O enterro foi ontem. O delegado adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores do Goiás, Valdemir da Silva, explicou que o trio deve responder por receptação de objetos roubados, mas que a acusação pode mudar para latrocínio se ficar provada a participação deles no roubo. "Eles negam envolvimento. Um empurra para o outro, que empurra para o que fugiu", disse o policial. A pena por receptação é de um a quatro anos, e de latrocínio é de 20 a 30 anos.