Cerca de 10 mil hectares de matas do Parque Nacional da Serra da Canastra, no Sudoeste de Minas, foram consumidos pelos vários focos de incêndio que, desde a quinta-feira, atingem a região. Somente terça-feira, em Delfinópolis, foram cerca de 4 mil hectares. Na Grande BH, o fogo também fez estragos no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, entre Nova Lima e o Barreiro, na capital.
De acordo com o chefe do Parque da Canastra, Darlan Alcântara Padua, no fim da tarde de terça-feira a situação já não era tão preocupante. ;Tivemos uma boa resposta no combate aos focos maiores e não há risco de o fogo se alastrar em direção ao chapadão, onde estão as principais nascentes, entre elas a do Rio São Francisco;, explicou.
Darlan disse que na terça-feira cerca de 30 homens, entre brigadistas e funcionários do Instituto Internacional de Pesquisa e Responsabilidade Socioambiental Chico Mendes (Inpra), que cuida da preservação do parque, trabalharam na Serra do Cemitério. ;É um local de difícil acesso. Um helicóptero deixa as equipes no alto da serra, para que o pessoal combata as chamas com abafadores e chicotes. A mesma aeronave também é usada para jogar água nas áreas mais críticas.;
O chefe do parque conta que as regiões queimadas são predominante de vegetação rupestre, rasteira, que é rapidamente consumida. O aumento da umidade do ar na região, desde a madrugada de terça-feira, foi apontado por Darlan como fator positivo para extinção dos focos. Ele acredita que os incêndios possam ser criminosos e serão investigados pela polícia. ;É comum nesta época do ano as queimadas criminosas, principalmente dentro dos 130 mil hectares que ainda não se tornaram área de preservação.;
Segundo ele, até terça-feira não havia registro de animais mortos devido às chamas. A fauna local é rica de lobos-guarás, veados-campeiros e tamanduás-bandeira. A Serra da Canastra tem algumas das mais deslumbrantes e desconhecidas paisagens do Brasil. Durante muito tempo, esteve isolada por precárias estradas de terra.