postado em 18/07/2010 19:04
Rio de Janeiro ; Uma sala de aula foi reproduzida neste domingo (18/7), na Avenida Princesa Isabel, em Copacabana, zona sul da capital fluminense, para protestar a morte do estudante Wesley Gilbert Rodrigues de Andrade, de 11 anos. O menino foi atingido por uma bala perdida dentro da escola onde estudava, na zona norte da cidade, no momento em que era feita uma operação policial para reprimir a ação de traficantes na região.Com uniformes da rede pública, 19 crianças, segurando lápis em formato de cruz, reproduziram a sala de Wesley, simbolizado por uma cadeira vazia. Ao fundo, num quadro negro, trecho de uma redação do garoto na qual afirmava que os "tiros" eram o principal problema de sua comunidade. Um professor da rede, que também participou do protesto, estava ao lado, de mãos atadas.
Segundo presidente da organização não governamental Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, que promoveu a manifestação, o objetivo é de chamar atenção para dois problemas centrais da violência no estado do Rio: a entrada ilegal de armas e munição, que deveria ser combatida pelo governo federal e a política de confronto entre polícias e bandidos, que tem vitimado milhares de pessoas.
"Temos que questionar quem são os responsáveis por essa tragédia. De onde surgiu essa mentalidade que faz com que a prisão de um narcotraficante seja mais importante que a vida de um civil? ; [Não existe essa história de] fazer um omelete sem quebrar ovos. Não existe um cidadão de Ipanema, Leblon ou da Barra, que gostaria que o ovo quebrado fosse um filho seu", afirmou.
O professor do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Dr. Ernesto Che Guevara, em Campo Grande, na zona oeste, Gilvan da Silva, que representava os educadores no protesto, disse que os professores estão de mãos amarradas diante da situação de violência. "Queremos dar garantia de vida por meio da educação, mas se dentro da escola essa garantia não é dada, o que podemos fazer?"