Agência France-Presse
postado em 21/07/2010 19:02
Um desfile de moda feminina e masculina, realizado pela marca Daspu, criada pela ex-prostituta brasileira Gabriela Leite, denunciou nesta quarta-feira (21/7) as discriminações de que são vítimas os profissionais do sexo no mundo com relação à Aids.Gabriela, prostituta "aposentada" e desde sempre engajada com os direitos dos profissionais do sexo, fundou a Daspu em 2005.
Durante o encontro mundial de ONGs, celebrada à margem da Conferência Internacional sobre Aids, em Viena, as modelos improvisadas - prostitutas e membros de associações - desfilaram, algumas tímidas e outras nem tanto, sob os aplausos do público. As peças, como shorts, minissaias e meias arrastão, revelavam as formas.
A celebração da mulher se destacou nas estampas. Em uma camiseta masculina, o desenho mostrava uma silhueta feminina formada pela fumaça de uma xícara de café.
O incentivo ao sexo seguro apareceu nas camisinhas que saíam de corseletes, dos bolsos ou de embalagens em cor escarlate em alusão à fita simbólica da luta contra a Aids.
Para as prostitutas, "a prevenção contra a Aids é um instrumento de trabalho e é importante que os profissionais do sexo saibam usar preservativos", disse à AFP Friederike Strack, responsável pela associação Davida, que trabalha com a Daspu no Brasil.
A presença do HIV neste grupo profissional é maior do que no resto da população mundial.
A criminalização da atividade em muitos países e a discriminação são obstáculos importantes para o acesso dos trabalhadores do sexo a informação e tratamento.
"A visibilidade do nosso grupo é muito importante para reduzir a discriminação e a violência contra nós", explicou Camille, transexual brasileiro que trabalha na França.