Brasil

Pedófilo é condenado a mais de 40 anos de prisão

Landercy Hemerson, Estado de Minas
postado em 21/07/2010 19:39
O administrador hospitalar Leônidas Magaldi, de 37 anos, foi condenado a 40 anos e seis meses de prisão, além de pagamento de multa, por estupro, pedofilia, assédio sexual, fornecimento de bebidas alcóolicas a menor de 18 anos e apropriação indébita. Os crimes foram praticados na cidade de Jacinto, no Vale do Jequitinhonha, a 781 quilômetros da capital, onde ele ainda responde a outro processo por estupro contra uma menina de 8 anos.

De acordo com a promotora de Justiça Cynthia Duarte Vilela, autora da ação contra o acusado, na sentença o juiz fixou o regime fechado para o cumprimento da pena privativa de liberdade, limitada a 30 anos pelo Código Penal. Com isso, a defesa do administrador pode recorrer da pena total de 40 anos, resultado da unificação das condenações pelos vários crimes. Porém, vai aguardar a decisão atrás das grades. Desde o fim do ano passado o acusado está preso.

Segundo os autos, em fevereiro de 2009, Leônidas, que era casado, estuprou uma mulher por duas vezes. A vítima era amiga de sua mulher e o agressor usou dessa condição para atraí-la até a sua casa. Na primeira vez ela foi drogada e da segunda forçada mediante violência. Ainda casado, ele levou uma adolescente de 16 anos para morar em sua casa. Depois de se separar da esposa, passou a ter relações íntimas com ela.

A promotora Cynthia Vilela conta que durante as apurações, uma outra jovem disse que o acusado lhe pedia para que ;arrumasse meninas pequenas para ele;. Uma dessas crianças tinha 13 anos em julho de 2009, quando foi dormir na casa de Leônidas a convite da amiga. Durante a noite, o administrador entrou no quarto em que ela estava e a obrigou a manter relação sexual com ele, sob ameaça física e psicológica.

De acordo com Cynthia, Leônidas Magaldi era considerado uma pessoa idônea, que veio de Curitiba, no Paraná, para administrar o principal hospital da cidade. Ele chegou a formar um time de futebol feminino, com garotas com idade entre 12 e 14 anos. As investigações apontam que o acusado fazia churrascos em que servia bebidas alcóolicas às adolescentes. Em sua casa e na sala de trabalho no hospital era comum a movimentação de crianças e adolescentes, o que levantou suspeitas em torno do administrador.

Depois de denúncias contra o acusado, pelo seu comportamento estranho com as meninas, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em sua casa e local de trabalho. Dentre os objetos apreendidos estavam utensílios destinados à prática sexual, roupas de criança, medicamentos, bebidas alcoólicas, máquina de produzir algodão-doce, balas, CDs, DVDs, fitas de vídeo e câmeras digitais.

Ao ser realizada a perícia nas fitas de vídeo, CDs, DVDs e computadores do acusado, a Polícia Civil encontrou pornografia envolvendo crianças e adolescentes de ambos os sexos. Ficou apurado que ele não apenas armazenava as imagens, mas também produzia fotografias e filmes com cenas de sexo explícito. Duas garotas da cidade, com idades de 8 e 13 anos, aparecem no material.

Ainda, de acordo com os autos, entre março e julho de 2009, Leônidas, que então ocupava o cargo de administrador do hospital, tentou beijar duas funcionárias, sob a ameaça velada de dispensá-las. Diante da resistência delas, ele aumentou a carga horária e as requisitava para realizar trabalhos nos finais de semana.

Em dezembro do mesmo ano, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, foi encontrada na casa do denunciado uma caixa de preservativos, de venda proibida, enviada pelo Ministério da Saúde. Segundo a promotora Cynthia Vilela, esses preservativos deveriam ser doados a pessoas carentes da comunidade e não apropriados por um funcionário para uso particular.

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