Segundo o médico geriatra e coordenador clínico do Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia , Anderson Della Torre, o aumento da expectativa de vida da população é uma das razões do crescimento das mortes. Ele destaca ainda que também houve melhoras na notificação das mortes por quedas e dos registros de dados.
;A outra questão é que houve um aumento do número de idosos com mais de 85 anos. E esses cresceram muito mais do que os idosos jovens (com menos de 85 anos);, ressaltou o médico.
Della Torre enfatizou que todos sofrem com quedas, mas os mais velhos são mais suscetíveis.
De acordo com os dados divulgados, 32% dos pessoas com 65 a 74 anos caem uma vez por ano e entre aqueles que estão acima o percentual aumenta para 51%. ;Os muito idosos caem mais e têm um risco de óbito muito maior porque sua capacidade de recuperação é menor, devido à sua reserva funcional ser mais deficitária. Por isso a mortalidade aumenta nessa faixa etária;.
O ambiente onde vive a pessoa pode ser uma das causas para os acidentes. Segundo o geriatra, móveis em locais impróprios, pisos escorregadios, muitas escadas, iluminação precária, podem expor a pessoa ao acidente, além dos fatores intrínsecos ao organismo. ;Com o envelhecimento, a visão fica prejudicada, a sensibilidade com relação ao piso diminuída, há perda de audição, alterações osteomusculares, o que causa menos força, reflexo e equilíbrio, além das doenças crônicas, como hipertensão, diabetes ou das neurológicas, como o Parkinson;.
Para evitar os tombos o médico aconselha que o ambiente seja revisto, com atenção para os tapetes, móveis, escadas, rampas, sinalização, corrimões nos banheiros, pisos não escorregadios, calçados adequados. ;Essas medidas são aplicáveis e é preciso também fazer sempre uma avaliação clínica. Quando há um histórico de queda é um sinal de que algum evento agudo aconteceu. É preciso entender a queda como um sinal de que algo está errado, podendo ser até um medicamento que cause algum desequilíbrio;.
Dalla Torre afirmou também que as quedas envolvem até uma questão social, porque causam no idoso uma ;síndrome de pós-queda;, que é o medo de cair que leva o leva a evitar a exposição fora de sua casa. ;Ele fica em um isolamento social, então não podemos ver só a consequência física, temos que olhar também o resultado psicológico e social de uma queda porque isso afeta a qualidade de vida dele o que provoca a perda de autonomia e da independência;.