postado em 23/07/2010 21:11
A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Laboratório de Síntese e Análise de Produtos Estratégicos (Lasape) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciaram nesta sexta-feira (23) a conclusão de um estudo para identificar a munição usada pela corporação. A tecnologia, desenvolvida pelo pesquisador Cláudio Lopes, da UFRJ, surgiu de pesquisa que tinha por objetivo aumentar o tempo de luminosidade do luminol, produto usado pela polícia para identificar manchas de sangue por exemplo.A nova técnica permite delinear a trajetória do tiro por marcar, com cores, não só o alvo atingido, como todas as barreiras transpostas. O chefe da Polícia Civil, delegado Alan Turnowski, explicou que a ideia da marcação das munições utilizadas pela polícia é uma forma de dar transparência às ações policiais e evitar mortes e impunidades nas operações da corporação.
;Na quantidade de pigmentação, é possível, inclusive, chegar, ao ponto de, pelos lotes, dividir a munição por batalhões e delegacias;, disse o delegado. Segundo Turnowski, isso fará com que o policial tenha que ter muito mais responsabilidade ao dar um tiro. ;A tendência é que se diminua a quantidade de tiros dados em operações e que a polícia preste um serviço de maior qualidade para o cidadão;, disse.
Esse foi o primeiro passo dos testes feitos inicialmente. ;Nós temos o apoio garantido pelo governo do estado, da FAPERJ [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro], para a evolução dos trabalhos e buscar nos órgãos federais a obrigatoriedade de, na linha de produção das munições, colocar essa marcação. A partir daí, o Brasil inteiro vai ter o controle das munições usadas;.
O objetivo é que não somente a polícia do Rio, mas de todo o país passe a ter esse controle nas ações policiais. ;Saindo da premissa que não há como produzir essa marcação fora de quem tem a patente, só vai existir um caso: com o desvio de munições da polícia. Se não houver desvio dentro da corporação, não há como ter esse tipo de marcação na mão de bandido;.
O delegado disse também que o governo estadual acompanhou o processo de pesquisa e a realização de testes desde o início. Agora, atuará perante o governo federal para que a técnica seja regulamentada o mais rápido possível.