Brasil

Chefe do Departamento de Investigações diz que o goleiro não escapará do julgamento como mandante

postado em 24/07/2010 09:26
Belo Horizonte ; Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações (DI) de Belo Horizonte, que preside o inquérito aberto para apurar o desaparecimento da jovem Eliza Samudio, disse ontem que o goleiro Bruno Fernandes de Souza, 25 anos, será indiciado como mandante do crime ; ainda que a morte da moça não tenha sido efetivamente provada. Ele disse ainda que o inquérito deve atrasar e que precisa de mais alguns dias para aguardar o resultados de laudos e apresentar um relatório final.

Moreira afirmou ainda, a respeito do comentário do advogado Ércio Quaresma dizendo que Eliza está viva, que essa possibilidade não existe. ;Quem falar que Eliza está viva está com alucinação, porque Eliza está morta. Quem escondeu o corpo escondeu bem escondido.; Até hoje não há qualquer pista pública do corpo da jovem.

Ontem, saiu um dos laudos que Moreira aguardava, mas ele não ajudou em nada o trabalho da polícia. O resultado do teste feito no colchão recolhido no sítio de Bruno, em Esmeraldas, confirmou que o sangue encontrado é de uma mulher, mas o DNA não é compatível com o de Eliza Samudio. Mesmo sem qualquer prova da acusação, o delegado Edson Moreira acredita que ele foi plantado no local nos intervalos em que a polícia não estava no terreno.

O delegado ainda afirmou que Fernanda Gomes Castro, de 32 anos, será indiciada. Ela cuidou do bebê de Eliza no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, Fernanda confessou, no depoimento, que chegou ao apartamento do goleiro, na capital carioca, com o rosto tampado para não ser reconhecida por Eliza.

Vídeo

O agente penitenciário suspeito de fazer um vídeo do goleiro Bruno dentro da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG), foi ouvido na tarde de ontem na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (Seds). As imagens foram divulgadas na quinta-feira pela TV Alterosa, dos Diários Associados, filiada ao SBT.

Um processo administrativo foi aberto para apurar o caso e o agente terá cinco dias para apresentar explicações. Se confirmada a denúncia contra o agente, ele pode ser demitido. O funcionário trabalha há cerca de três anos no sistema prisional.

Dois cães no sacrifício

Belo Horizonte
; Os dez cachorros recolhidos para exames na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, devem ser devolvidos à família, segundo informou o advogado Zanone Manuel de Oliveira. Os animais foram levados para o Centro de Zoonoses de Belo Horizonte, onde passaram por uma análise com o reagente luminol para detectar a presença na pelagem de eventual sangue de Eliza Samudio, que está desaparecida desde o início de junho.

De acordo com o advogado, a autorização de devolução foi dada nesta sexta-feira depois de a mulher e uma das filhas de Bola comparecerem ao Departamento de Investigações (DI), na capital mineira. Elas foram intimadas, mas Oliveira disse que elas não deram depoimento. Serão devolvidos dois cães adultos e seis filhotes. Dois animais terão de ser sacrificados porque contraíram leishmaniose. Além dos cães, um carro também será devolvido.

Zanone vai entrar ainda nesta sexta com pedido de habeas corpus e revogação da prisão de Bola. Ele diz que viu uma série de contradições apresentadas no depoimento de Sérgio Rosa Sales, primo do atleta, em audiência realizada na quinta-feira. Bola é apontado pela polícia como autor da suposta execução e sumiço dos restos mortais da vítima.

Na noite de quarta-feira, Bola fez exame de corpo de delito após a juíza da Vara do Tribunal do Júri de Contagem (MG), Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, deferir o pedido dos advogados. O laudo ainda não foi entregue à defesa. O ex-policial teria sido empurrado dentro de um carro da polícia que fez o transporte dos presos do presídio Nelson Hungria, em Contagem, para o DI, na capital mineira. Ao bater a cabeça, Bola teria quebrado um dente.

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