Brasil

Mulher é morta com chave de fenda por companheiras de casa

Diário de Pernambuco
postado em 05/08/2010 14:56
A administradora de empresas Narda Alencar Nery Biondi, 33 anos, foi morta, no dia 29 de março, depois de uma discussão com amigas, com as quais ela estava residindo há apenas três dias, no bairro de Pau Amarelo. Narda foi golpeada com uma chave de fenda e teve o corpo enterrado dentro do terreno dessa residência depois de uma discussão com algumas das três mulheres que ela dividia o imóvel (mãe e duas filhas).

A delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gleide Ângelo, ainda não sabe o que motivou essa discussão, mas ressaltou que se tratou de um motivo fútil e que o crime não foi premeditado.A polícia não revelou a identidade dessas mulheres e também, ainda, não solicitou o pedido de prisão de nenhuma delas. A delegada informou que está terminando de tipificar a participação de cada uma dessas pessoas no crime para poder indiciar os acusados.

Mãe de Narda, Katia Alencar, mostra a foto da filhaDe acordo com ela, pelo menos três pessoas vão responder pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. Há informação de que uma outra pessoa, que não residia no imóvel na época, estava no local no dia e horário da morte de Narda. Hoje à tarde Gleide Ângelo volta ao local do crime, juntamente com o Corpo de Bombeiros, para tentar localizar a chave de fenda utilizada para matar a administradora.

Narda se mudou para essa casa depois de se separar do ex-companheiro. Ela foi para lá à convite dessas mulheres. Ficou acertado que a vítima pagaria a quantia de R$ 150,00 por mês pelo aluguel de um quarto na casa, que era alugada por mãe e filhas. ;Elas conheciam Narda porque ela morava há muito tempo no bairro. Sabendo que ela estava procurando um imóvel para alugar, fizeram a oferta. Narda aceitou porque não teria muito custo. No entanto, três dias depois ela foi assassinada dentro da casa depois dessa discussão;, comentou a delegada.

Três dias depois do crime, mãe e filhas comunicaram à família de Narda que ela estava desaparecida. Elas disseram que ela teve um surto depois de tomar um banho, pegou as malas e foi embora. Essa tática, para a polícia, foi utilizada justamente para tirar qualquer desconfiança do sumiço da administradora de cima delas.

A delegada, no entanto, informou que desde o início a suspeita era de que Narda tinha sido assassinada dentro de casa. Mas, no decorrer das investigações, o depoimento de uma pessoa que afirmou ter visto Narda pegando uma carona na Avenida Cláudio Gueiros Leite, no início de abril acabou tirando um pouco o foco da investigação. ;Quando essa testemunha disse que não tinha certeza se era Narda quem ela tinha visto, só fez ressaltar a nossa desconfiança de que ela já estava morta nessa época (início de abril). Mas sabíamos desde o início que Narda nunca saiu viva daquela casa;, informou a delegada.


CORPO

A descoberta do local onde estava enterrado o corpo de Narda só foi possível, na noite da última quarta-feira, depois do depoimento prestado pelas suspeitas de participação no assassinato. ;Já tínhamos feito buscas no terreno da casa, mas não havíamos encontramos nada. Ontem à noite, durante o depoimento das três mulheres, uma delas confessou que enterrou o corpo de Narda no terreno da casa, embaixo do coqueiro. Mas alegou que a administradora se suicidou;, informou a delegada. O que causou espanto à polícia, que já tinha feito buscas na área, é o modo como o corpo estava enterrado. O cadáver estava envolto em lençóis e endredons. Além disso, o local estava concretado e em cima dele foi plantado um coqueiro para evitar qualquer suspeita.

;Ela confessou que logo depois do crime enterrou o corpo próximo a uma árvore, mas depois que prestou depoimento no DHPP, no final de abril, ficou assustada e contratou uma pessoa para enterrar novamente o cadáver. Por isso, não localizamos o corpo na nossa primeira busca;, explicou a delegada.



Linha do tempo:



No dia 27 de março - Narda se muda para a casa das três amigas, em Pau Amarelo.

No dia 29 de março - Ela tem uma discussão com uma das moradoras da casa. Na
briga, é golpeada com uma chave de fenda. O corpo dela foi enterrado no
terreno do imóvel, próximo à uma árvore.

No dia 31 de março ; Mãe e filhas comunicam à família de Narda que ela está
desaparecida.

Abril - o DHPP assume as investigações, que estavam sendo coordenadas pela
Delegacia de Maria Farinha.

No dia 28 de abril ; A delegada Gleide Ângelo convoca uma das moradoras da
casa para depor. Ela nega que saiba qualquer informação sobre o paradeiro de
Narda.

No dia 30 de abril ; As moradoras da casa (a polícia não informou quantas)
ficam assustadas depois de prestar depoimento e decidem mudar o local do corpo. Uma pessoa é contratada para remover o cadáver e enterra-lo em outro local, ainda dentro do imóvel. Em cima é plantado um coqueiro.

Junho - Mãe e filha se mudam da casa, que era alugada, e os proprietários voltam
a residir lá. A delegada Gleide Ângelo solicita uma autorização para realizar
buscas no terreno. Nada é encontrado.

No dia 4 de agosto ; À noite, a delegada Gleide Ângelo ouve as três mulheres,
na sede do DHPP, na Imbiribeira. Uma delas confessa que ocultou o corpo de
Narda no terreno da casa. Ela dá as indicações de onde está enterrado o
cadáver, mas nega que tenha matado a administradora. A polícia vai até o
local, acha o corpo e o desenterra.

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