postado em 05/08/2010 19:40
A Polícia Federal (PF) fechou nesta quinta-feira (5) uma central clandestina de TV a cabo em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e prendeu 12 integrantes de uma quadrilha especializada em furto e retransmissão de sinal. Na operação, foram identificadas modalidades que operam com sinal de internet e furtos de energia elétrica. Os lucros da quadrilha ainda não foram estimados.A Operação Cama de Gato reprime, em 11 municípios, a maioria na Baixada, quadrilhas especializadas na prática conhecida como "gatonet". A atividade de distribuição de sinal só pode ser desenvolvida com regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Segundo o delegado do Setor de Inteligência da PF, Bruno Queiroz, que comandou a operação, as quadrilhas tentavam disfarçar o crime abrindo empresas de fachada com atividade descrita como ;melhoramento de sinal;. Essas empresas serviam como base para a atividade ilícita e, por isso, muitas vezes os usuários não sabiam que se tratava de um crime.
;As cobranças eram feitas por boleto bancário, depósitos em conta ou por intermédio de um cobrador que visitava a residência dos assinantes. Mas, para ter uma noção dos lucros, basta ver que as empresas dominavam o serviço em todo o município de Barra do Piraí, Itaguaí e em grande parte de Nilópolis;, esclareceu Queiroz.
Algumas das empresas compartilhavam a mesma central ilegal de distribuição do sinal, instalada em áreas de difícil acesso, que o delegado classificou como ;centrais de baixo custo de instalação e grande mobilidade, já que mudavam de ponto todos os meses, e difíceis de serem encontradas;. Ele afirmou ainda que ;qualquer pessoa recém-saída de uma escola técnica consegue montar o sistema;.
Na ação, que envolveu a participação de 160 agentes, foram presos três policiais militares e um policial civil acusados de participação ativa como sócios das empresas. Dos 14 mandados de prisão, dois não foram cumpridos já que os indiciados estão foragidos. Os 31 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e, a partir deles, a PF encontrou receptores, moduladores de sinal, conectores e cabos. O delegado afirmou que além dos equipamentos apreendidos, os agentes encontraram munição e armas não registradas e com numeração raspada.
Além de responderem por porte ilegal de armas, formação de quadrilha e estelionato, os envolvidos no esquema também vão responder por crime contra as telecomunicações e furto de energia por conta da instalação de amplificadores de sinal em pontos da rede pública de eletricidade.
De acordo com a PF, as investigações foram resultado de prisões efetuadas há cerca de um ano em Volta Redonda, no Vale do Paraíba. A Operação Cama de Gato é uma continuação da Operação Gato de Botas.