postado em 14/08/2010 07:00
Uma confusão envolvendo uma professora baiana e alunos do ensino fundamental chamou a atenção da população de Ilhéus, cidade a 465 quilômetros de Salvador. A mulher teria cortado os cabelos de, pelo menos, seis alunas entre 8 e 10 anos que, de acordo com depoimento das mães das crianças, seriam usados para a confecção de apliques de mechas, também conhecidos como megahair.
A profissional, contratada há cinco meses pela Secretaria Municipal de Educação, assumiu ter cortado os cabelos das alunas, mas justificou o ato afirmando que as meninas estavam com chicletes colados nos fios. Segundo a professora, que teve o contrato com o governo cancelado, não havia outra alternativa, além de aparar as mechas.
A secretária de Educação de Ilhéus, Lidiney Campos, informou que a desconfiança da existência do crime começou depois que uma das alunas reclamou que teve o cabelo cortado duas vezes ; em junho e em julho ; pela mulher. ;Quando a diretora foi falar com a professora, ela negou. Depois de ir à casa das envolvidas e fotografar as crianças com os cabelos cortados, a diretora voltou a conversar com a funcionária, que disse que tinha cortado para tirar chicletes dos cabelos das meninas;, explicou Lidiney.
Após as denúncias, a professora, que trabalhava em uma escola do bairro Nossa Senhora da Vitória, na zona sul da cidade, não foi mais encontrada. Ela teria fugido com o filho. A secretária de Educação, no entanto, adiantou que pretende denunciar o caso ao Ministério Público do estado.
Histórias sobre roubos de mechas de cabelos não são raras. A ;mercadoria; é considerada valiosa e é vendida, geralmente, a donos de salões de beleza para a fabricação de megahair e perucas. O quilo do cabelo pode variar entre R$ 500 e R$ 2,5 mil dependendo do tipo dos fios.
Em junho do ano passado, um homem de 32 anos foi preso ao ser flagrado com 30 quilos de cabelo dentro do carro, em uma rodovia próxima a Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Para agentes da Polícia Rodoviária Federal, o condutor contou que conseguiu a mercadoria no município sul-matogrossense de Ponta Porã e que as mechas seriam vendidas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e até no exterior.
"Depois de ir à casa das envolvidas e fotografar as crianças com os cabelos cortados, a diretora voltou a conversar com a funcionária, que disse que tinha cortado para tirar chicletes dos cabelos;
Lidiney Campos, secretária de Educação de Ilhéus
Lidiney Campos, secretária de Educação de Ilhéus
O número
R$ 2,5 mil
O preço do quilo de cabelo começa em R$ 500 e pode passar dos R$ 2 mil, dependendo da qualidade e do tipo de fio