postado em 18/08/2010 14:01
Brasília ; O relator do processo contra a empresa Lima Araújo Agropecuária, condenada pela Justiça Estadual do Pará, a pagar multa de R$ 5 milhões por exploração de mão de obra escrava, ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, disse hoje (18) que a decisão da corte teve como intuito inibir essa prática no Brasil, que perdura há décadas em algumas regiões.;[Essa condenação deve] servir de exemplo não só para aquele empregador, mas para toda situação que haja essa prática na qual a atuação da Justiça será muito dura;, afirmou.
Mello filho disse que a empresa havia sido autuada cinco vezes pela exploração de trabalhadores em regime análogo ao de escravidão e já havia sido multada por isso.
;[Os trabalhadores estavam] em condições subumanas, com trabalhadores doentes, trabalhadores que tinham o salário comprometido sem poder pedir demissão porque a dívida com a empresa era maior;, disse.
Ele afirmou ainda que os trabalhadores eram escondidos pelos ;gatos; ; espécie de aliciadores ;, para que a fiscalização não pudesse encontrá-los. No momento em que a fiscalização autuou a empresa, em 1998, foram encontrados 180 empregados em condições de escravidão. Entre eles estavam mulheres e crianças. Os trabalhadores foram encontrados nas fazendas Estrela das Alagoas e Estrela de Maceió, em Piçarra, sul do Pará de propriedade da empresa.
Os advogados da empresa deixaram a audiência no TST sem falar com a imprensa.